Santa Sofia, na Turquia, realiza primeiras orações desde que foi transformada em mesquita - TVI

Santa Sofia, na Turquia, realiza primeiras orações desde que foi transformada em mesquita

Devido às medidas de segurança impostas pela pandemia de Covid-19, apenas 500 pessoas tiveram permissão para entrar no interior da mesquita

A antiga basília Santa Sofia realizou, esta sexta-feira, as primeiras orações desde que foi transformada em mesquita, depois de mais de 80 anos enquanto museu. 

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, quando anunciou a transformação da antiga basílica Santa Sofia, em Istambul, numa mesquita, disse também que as orações muçulmanas estariam abertas a partir de 24 de julho.

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De acordo com a CNN, que teve acesso a imagens da televisão estatal turca, foi possível ver multidões de muçulmanos a orar no interior e no redor da mesquita na manhã desta sexta-feira. Erdogan também marcou presença na cerimónia.

Foram muitas as pessoas que vieram de fora de Instambul e que passaram a noite junto à Santa Sofia.

Devido às medidas de segurança impostas pela pandemia de Covid-19, apenas 500 pessoas tiveram permissão para entrar no interior da mesquita.

A antiga basílica é uma importante obra arquitetónica que foi construída no século VI pelos bizantinos, que lá coroaram os seus imperadores, sendo classificada como Património Mundial pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e uma das principais atrações turísticas de Istambul, que em 2019 recebeu cerca de 3,8 milhões de visitantes.

Convertida em mesquita em 1453, após a captura de Constantinopla pelos otomanos, foi transformada em museu em 1934 pelo líder da jovem República Turca, Mustafa Kemal, desejoso de “oferecê-la à humanidade”.

Vários países, nomeadamente a Rússia e a Grécia, que seguem de perto o destino da herança bizantina na Turquia, assim como os Estados Unidos da América e a França, alertaram Ankara por estarem contra que se convertesse Santa Sofia num local de culto muçulmano.

A UNESCO, por sua vez, lamentou “profundamente” a decisão “tomada sem diálogo prévio”, enquanto o Conselho Mundial de Igrejas, que reúne cerca de 350 igrejas cristãs, nomeadamente protestantes e ortodoxas, manifestou a sua “tristeza” e “consternação”.

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