Dois dos feridos graves do ataque na Ponte de Londres morreram no hospital esta sexta-feira, confirmou a polícia ao início da noite. Há ainda três feridos a registar na sequência do ataque que começou num edifício na extremidade da Ponte de Londres. As autoridades demoraram cinco minutos a chegar ao local depois de receberem o alerta.
Vamos trabalhar tão rápido quanto possível para tentarmos compreender quem é este homem, de onde vem e se há mais alguém envolvido", declarou a comissária Cressida Dick numa intervenção em frente da sede da Scotland Yard.
Em conferência de imprensa, as autoridades informaram que o episódio foi declarado um incidente terrorista e que o suspeito, abatido no local, tinha um colete de explosivos que a polícia nesta altura acredita ser falso
O atacante já tinha sido condenado por terrorismo e estava com pulseira eletrónica. O jornal The Guardian avança que o suspeito tinha ligações a grupos terroristas islâmicos e estava referenciado pelas autoridades, incluindo os serviços secretos britânicos.
O que aconteceu?
A Polícia Metropolitana de Londres foi chamada a intervir na Ponte de Londres às 13:58 horas depois de ter recebido relatos de um esfaqueamento.
Vídeos nas redes sociais mostram vários civis a lutar contra o agressor e a imobilizá-lo no chão. O suspeito foi depois baleado pela polícia.
#LondonBridge graphic footage from London bridge shooting
Source Twitter pic.twitter.com/ULyLliMa6c
— Joseph Sunny (@Asylumseeker111) November 29, 2019
Um homem foi visto a retirar a faca do suspeito e a fugir do local.
Um vídeo mostra ainda vários polícias a apontar armas contra uma carrinha branca atravessada numa das vias da Ponte de Londres. Nas imagens, é possível ver vários agentes da polícia a revistarem o veículo.
Só depois de terem sido divulgados nas redes sociais vários vídeos do momento em que um homem era baleado pelas autoridades na ponte, a polícia metropolitana de Londres confirmou no Twitter que tinha feito disparos contra um homem, sem revelar se o suspeito fora ou não abatido.
One of the many hero's today that stopped the attacker on London bridge. Give them all a medal. #LondonBridge pic.twitter.com/PM7MQJ7yNB
— Jay Acton (@JayActon3) November 29, 2019
Um repórter da BBC no local assistiu aos disparos da polícia.
Parecia haver uma luta a decorrer no outro lado da ponte, com vários homens a atacarem um homem", explicou John McManus. A polícia chegou em seguida, tendo começado a disparar.
Uma das testemunhas do ataque disse ao The Guardian que “algumas das pessoas que imobilizaram o suspeito eram ex-prisioneiros. Um deles disse-me que esteve na prisão com o atacante”.
Polícia tratou o ataque como crime terrorista
Cressida Dick disse que esteve reunida com o primeiro-ministro, com o ministro da Administração Interna e com o mayor de Londres.
A comissária reafirmou que o ataque está a ser tratado como um incidente terrorista e que a ideologia por trás do terrorismo não vai prevalecer.
A comissária da Polícia Metropolitana Inglesa, Cressida Dick, pediu a quem estivesse preocupado com familiares, para tentar contactá-los e, se tal não for possível, contactar a polícia.
Nesil Basu, comissário assistente e diretor da secção de anti-terrorismo da Scotland Yard, disse que o suspeito foi atingido pelas forças policiais e morreu no local.
O comissário assistente confirmou que a polícia tratou o ataque como um “incidente terrorista”, avançando que o suspeito tinha um colete de explosivos falso preso ao corpo.
O Serviço de Ambulâncias de Londres declarou o ataque como um “acontecimento de elevada urgência” e tem vários operacionais no local.
Há um número de pessoas feridas. Vamos fornecer mais detalhes quando conseguirmos ter informações sobre a condição das vítimas”, disse o comissário assistente, afirmando que o já não há risco de perigo.
No entanto, um cordão humano policial ainda permanece na área para garantir “que não existem outras ameaças”.
Ponte reabriu pelas 18:30 horas
O ataque aconteceu na zona norte da Ponte de Londres, perto da sede da Worshipful Company of Fishmongers, uma das empresas de decoração da cidade de Londres.
A estação de metro da Ponte de Londres esteve fechada durante o ataque, mas já reabriu.
A Ponte de Londres esteve bloqueada durante quatro horas e meia e voltou a estar operacional na totalidade às 18:30 horas.
I covered the 2017 terror attack here and the links are poignant. Both on London Bridge, involving knives and fake suicide vests, before an election.
— Rachael Venables (@rachaelvenables) November 29, 2019
But also - staggering levels of bravery. People today pinned down a man who looked like a bomb was strapped to him. Incredible. pic.twitter.com/m5YhHOMomo
Ainda há agentes no local que, perante o falso colete de explosivos do agressor, estão a tentar despistar eventuais ameaças.
Alguns edifícios perto da ponte, como o King’s College e o prédio da News UK estão fechados como consequência da evacuação do local.
A polícia pediu aos residentes da área para encontrarem um sítio onde passar a noite, afirmando que o cordão policial deve manter-se durante o fim-de-semana.
Boris Johnson e Jeremy Corbyn suspendem campanha eleitoral
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, reagiu através do seu Twitter oficial. Na publicação, agradece às equipas de emergência e aos civis pela sua "imensa bravura" na resposta ao ataque.
— Boris Johnson (@BorisJohnson) November 29, 2019
O partido de Boris Johnson avançou ainda que é “muito improvável” que as ações de campanha para as eleições planeadas para amanhã se mantenham.
O partido da oposição também garantiu que os eventos de campanha no sábado foram suspensos.
O adversário de Boris Johnson nas próximas eleições, Jeremy Corbyn, também se mostrou "chocado" com os acontecimentos na Ponte de Londres, além de também ter agradecido às autoridades.
Shocking reports from London Bridge. My thoughts are with those caught up in the incident. Thank you to the police and emergency services who are responding.
— Jeremy Corbyn (@jeremycorbyn) November 29, 2019
Também o mayor de Londres, Sadiq Khan, utilizou o Twitter para se referir ao acidente: "Devemos seguir fortes e determinados na luta contra o terror".