Sobreviveu durante seis dias encarcerada em carro com mais de 40 graus - TVI

Sobreviveu durante seis dias encarcerada em carro com mais de 40 graus

  • SL
  • 5 ago 2019, 11:58
Carro

Carro em que seguia Corine Bastide capotou numa vala à beira da estrada remota em que seguia. O impacto provocou-lhe fraturas na coluna, impossibilitando-a de sair do veículo. Esta é a sua incrível história de sobrevivência

Durante a última vaga de calor que afetou a Europa, houve uma história de sobrevivência que espantou médicos e os media na Bélgica. Uma mulher foi encontrada viva depois de ficar presa no carro durante seis dias, com temperaturas a rondarem os 40 graus.

Corine Bastide, de 45 anos, foi dada como desaparecida de Liège, no dia 23 de julho, dois dias antes de a temperatura atingir o recorde histórico de 40,2 graus centígrados.

De acordo com a BBC, o carro capotou numa vala à beira da estrada remota em que seguia. O impacto provocou-lhe fraturas na coluna, impossibilitando-a de sair do veículo.

Como se não bastassem os ferimentos, o calor apertou durante os dias que esteve encarcerada. Corine descreveu as altas temperaturas que sentiu como “aterrorizantes”. Completamente presa, não comeu durante seis dias, conseguindo sobreviver ao beber água da chuva, que foi recolhendo com uma caixa de pastilhas vazia. Para além disto, foi-se mantendo hidratada ao colocar um galho molhado nos lábios.

Os braços ficaram severamente feridos no acidente e Corine garante que sempre que os tentava mover perdia a consciência. Mas nunca deixou de tentar fugir, conseguindo abrir uma das portas com um pé.

Na primeira noite, o meu telemóvel não parou de tocar. Tentava atender, mas não conseguia, porque meu braço estava muito dorido", contou. "No dia seguinte, parou de tocar."

Mas esta não foi a parte mais complicada de superar para a belga.

A coisa mais difícil foi ficar deitada em cacos de vidro. Eu tentava levantar-me, mas tinha a impressão de que minhas costas estavam a ser rasgadas”.

Corine foi encontrada no dia 29 de julho, depois da família ter alertado a polícia do desaparecimento. Estava severamente desidrata e foi levada para o hospital, onde ainda permanece internada.

Foi no sexto dia de provação que um carro parou perto do local e Corine conseguiu gritar por ajuda. Para sua surpresa, os ocupantes do carro sabiam o seu nome.

Corine, és tu?’, perguntaram. Eles sabiam o meu nome”, contou.

Entre os passageiros do carro estava a mãe de um amigo do filho de Corine, que tinha visto os cartazes das pessoas desaparecidas e imediatamente ligou para os serviços de emergência.

Apesar da experiência traumática, Corine considera-se uma sortuda por estar viva e garante que durante os seis dias foram os pensamentos com os filhos que a fizeram sobreviver.

Eu precisava de sair daquela situação para que pudesse fazer tudo o que planeava fazer com meus filhos. Foram eles que me deram forças para continuar."

Continue a ler esta notícia