Defesa do piloto do helicóptero que levava Kobe Bryant diz que passageiros foram negligentes - TVI

Defesa do piloto do helicóptero que levava Kobe Bryant diz que passageiros foram negligentes

Irmão do piloto Ara Zobayan diz que os passageiros sabiam o risco que corriam ao fazer a viagem e que a "negligência foi um fator substancial de causar os danos pelos quais o réu (piloto) não tem responsabilidade"

Os representantes da defesa do piloto do helicóptero que levava Kobe Bryant alega, em resposta ao processo movido pela mulher do atleta, que os passageiros foram negligentes. 

Segundo a CNN, que cita os documentos entregues em tribunal, o irmão do piloto Ara Zobayan diz que os passageiros tiveram culpa do acidente.

Berge Zobayan alega que "quaisquer ferimentos ou danos causados às partes queixosas e/ou falecidos foram diretamente causados em parte ou completamente pela negligência ou culpa das partes queixosas e/ou dos seus falecidos".

O documento diz ainda que os passageiros sabiam o risco que corriam ao fazer a viagem e que a "negligência foi um fator substancial de causar os danos pelos quais o réu (piloto) não tem responsabilidade".

Os advogados da família Zobayan descartam assim a "negligência, falha ou má conduta de terceiros", que o réu "não controlava nem tinha o direito de controlar".

Entre outros pedidos, os advogados de Berge Zobayan pedem assim que o julgamento seja favorável ao piloto e que o processo seja considerado improcedente.

A 24 de fevereiro, Vanessa Bryant entrou com um processo por homicídio por negligência contra a empresa que operou o helicóptero que caiu em janeiro, matando Kobe Bryant, a filha Gianna e mais sete pessoas.

A ação deu entrada no Tribunal de Los Angeles no dia em que milhares de fãs se reuniram no Staples Center, em homenagem a Kobe Bryant e à filha, quase um mês depois do acidente mortal. 

A denúncia contra a Island Express Helicopters e a Island Express Holding Corp, alega que o piloto Ara Zobayan, que também morreu no acidente em Calabasas, falhou "no uso de cuidados comuns de condução do aparelho" e foi "negligente".

"A violação do dever e negligência pelo réu Island Express Helicopters causou os ferimentos e os danos reclamados pelos sobreviventes da vítima, Kobe Bryant, que morreu como resultado direto da conduta negligente de Zobayan pela qual o réu Island Express Helicopters é totalmente responsável em todos os aspectos”, pode ler-se no processo.

O processo, apresentado pelos advogados de Vanessa Bryant, cita vários atos de negligência, incluindo o facto de o piloto não ter cancelado o voo, não ter conseguido avaliar o clima e "não ter mantido uma distância de segurança entre os obstáculos naturais e o helicóptero".  

Os advogados lembram ainda que a Administração Federal de Aviação (FAA) advertiu Zobayan em 2015 por violar as regras mínimas de visiblidade no voo e que o certificado operacional da FAA para a Island Express limitava os pilotos a voar sob regras visuais de voo, não em condições que exigissem o uso de instrumentos.

"A Island Express Helicopters autorizou, indicou e/ou permitiu com total conhecimento que o helicóptero referido voasse em tempo instável", cita o Los Angeles Times.

Kobe Bryant e a filha Gianna Maria, de 13 anos, morreram no dia 26 de janeiro num desastre de helicóptero, em Calabasas, Califórnia. 

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