O museu do campo de concentração de Auschwitz revelou esta terça-feira que foram encontrados graffiti antissemitas no local. Situado naquilo que hoje é o sul da Polónia, este foi o sítio onde mais de um milhão de pessoas morreu.
Ao todo, nove barracas foram pintadas com frases e slogans em que se nega o Holocausto, segundo a informação prestada pelas entidades que gerem o museu e o memorial.
As pinturas foram feitas na zona de Auschwitz II-Birkenau, o maior dos 40 campos de concentração Nazi que compunham o complexo. A polícia já foi informada da situação e está a investigar o caso.
O museu pede agora a quem tenha informações que divulguem, apelando especificamente a pessoas que tenham tirado fotografias durante a manhã junto ao Portão da Morte, na entrada do campo.
É uma ataque revoltante a um símbolo de uma das grandes tragédias da história da Humanidade e é extremamente doloroso para a memória de todas as vítimas do campo Auschwitz-Birkenau", afirmou o museu.
Antes de removerem as pinturas, os responsáveis pela gestão do local esperam que a polícia recolha todas as provas necessárias.
No mesmo comunicado, o museu lembra que o campo tem cerca de 170 hectares, sendo que cabe à instituição o financiamento da segurança, pelo que ainda não foi possível cobrir toda a área.
Statement concerning the vandalism that took place on October 5 at the Auschwitz II-Birkenau site. pic.twitter.com/bsNepIRCcL
— Auschwitz Memorial (@AuschwitzMuseum) October 5, 2021
No museu e memorial de Auschwitz-Birkenau estão preservadas as memórias dos campos de concentração Nazi durante a Segunda Guerra Mundial. Ali, 1,1 milhões de pessoas morreram ao longo de cinco anos, depois de o campo ter sido inaugurado em 1940. Das vítimas, a esmagadora maioria eram judeus que foram enviadas para câmaras de gás.
Atos de vandalismo naquele campo de concentração são raros, mas em 2010 um homem de nacionalidade sueca foi condenado a oito anos e dois meses de prisão por ter tentado roubar o famoso sinal que fica na entrada do campo, onde se pode ler "O trabalho liberta", e que está no local desde o início.
Já este ano, as paredes do cemitério judaico que fica perto do campo foram vandalizadas com suásticas e outros símbolos alusivos ao nazismo.