Zoo de Paris apresenta o "blob": tem 720 órgãos sexuais e não morre se for cortado ao meio - TVI

Zoo de Paris apresenta o "blob": tem 720 órgãos sexuais e não morre se for cortado ao meio

  • AM/BC
  • 17 out 2019, 13:10
Blob

O mais recente inquilino do Jardim Zoológico de Paris é um ser unicelular que se assemelha a um fungo mas comporta-se como um animal. Se for cortado ao meio, tem a capacidade de se regenerar sozinho em dois minutos

O mais recente inquilino do Parque Zoológico de Paris é um bolor limoso, um organismo que não tem lugar claro na organização das espécies: nem planta, nem animal, nem cogumelo. Trata-se de um ser unicelular que se assemelha a um fungo mas que se comporta como um animal.

Com o nome científico "Physarum polycephalum", é uma curiosidade biológica composta originalmente por uma única célula que é capaz de comportamentos complexos e é comum em bosques ou ambientes húmidos como uma massa amarela, esponjosa e viscosa. Vai ser exposta pela primeira vez no próximo sábado.

Entre os técnicos do zoológico ganhou o nome de "blob" - ou bolha, em português - com inspiração num filme de ficção científica de 1958 em que uma substância viscosa extraterrestre engolia tudo no seu caminho. 

Nas câmaras de cultura do zoológico do Bois de Vincennes, são criados novos exemplares todos os dias a partir da mesma amostra, que tem uma versatilidade que lhe permite sobreviver num estado de dormência quando é secado - até no microondas - e recomeçar quando exposto a humidade.

O "blob" tem 720 órgãos sexuais, consegue mover-se apesar de não ter asas nem pernas e regenera-se em dois minutos se for cortado ao meio. Não tem boca, não tem estômago nem olhos, mas consegue detetar comida e digeri-la. 

Graças à corrente que passa pelo seu sistema vascular, move-se a uma velocidade de um a quatro centímetros por hora e apesar de não ter sistema nervoso, é capaz de memorizar, como provam experiências em que o organismo é capaz de "aprender" a crescer evitando pedras de sal colocadas no seu caminho.

A etóloga Audrey Dussutour, do Centro Nacional de Investigação Científica, disse à agência France Presse que podem ser criados bolores "de todos os tamanhos", porque "não há limite conhecido".

"A nossa missão é também mostrar os mistérios da natureza", disse o presidente do Museu Nacional de História Natural e Parque Zoológico, Bruno David, durante a apresentação à imprensa do organismo primitivo que terá surgido há 500 milhões de anos, antes do reino animal.

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