“De uma perspetiva meteorológica o momento escolhido para começar a operação foi muito afortunado”, afirmou a meteorologista do canal de notícias Rossiya 24. “O clima de outubro na Síria tem sido vantajoso para os pilotos”.
E porquê? Segundo a apresentadora, o vento sopra fraco, chove de dez em dez dias e as temperaturas não sobem acima dos 35 graus, pormenores que afetam as operações aéreas dos pilotos.
Durante a previsão meteorológica, foram mostrados mapas, gráficos e até imagens aéreas dos bombardeamentos da semana passada. Imagens acompanhadas de palavras da apresentadora que descreve as ações como “eficazes”.
Uma opinião não partilhada pela comunidade internacional, preocupada com as alegações de os ataques estarem a atingir os opositores de Bashar al-Assad e não o Estado Islâmico.
“As condições atuais são perfeitas para os pilotos levarem acabo as suas missões”, conclui a meteorologista. Que ainda tem tempo para acrescentar que só as tempestades de areia poderão afetar os bombardeamentos, um problema que ela garante tem afetado as forças militares norte-americanas a atuar no Golfo Pérsico.
Previsões meteorológicas com segundas intenções não são novidade no canal de notícias Rossiya 24. No início deste ano, numa altura em que as tropas ucranianas e os separatistas pró-russos combatiam no terreno, também foi feita uma previsão para a região.
As críticas nas redes sociais, após o programa, foram muitas:
I can't even. #Russia's state TV reports the weather forecast is great for bombing #Syria. http://t.co/M1dJSDT202
— dariasolo (@dariasolo) 4 outubro 2015
@ChristopherJM Poor visibility reduces accuracy and increases taxpayers' costs. Syrian weather therefore newsworthy in Russia.
— Katz (@ozkatz) 5 outubro 2015