Um dos bombistas do Sri Lanka estudou no Reino Unido e a maioria no estrangeiro - TVI

Um dos bombistas do Sri Lanka estudou no Reino Unido e a maioria no estrangeiro

  • CM
  • 24 abr 2019, 12:38

Atentados no país fizeram mais de 350 mortos, incluindo um cidadão português que se encontrava em lua de mel

Um dos bombistas-suicidas dos ataques de domingo no Sri Lanka, que fizeram mais de 350 mortos, incluindo um cidadão português, estudou no Reino Unido, revelou o ministro da Defesa, Ruwan Wijewardene, em conferência de imprensa, nesta quarta-feira.

Acreditamos que um dos bombistas-suicidas estudou no Reino Unido e, mais tarde, fez uma pós-graduação na Austrália antes de regressar ao Sri Lanka.”

A maioria dos terroristas, aliás, “tinha estudos”, ligações ao estrangeiro e pertencia a famílias de classe média e classe média-alta, disse, ainda, o governante.

Eram financeiramente independentes e as suas famílias financeiramente bastante estáveis, o que representa uma preocupação acrescida. Alguns estudaram noutros países e formaram-se em cursos como por exemplo de Direito. Eram pessoas bastante bem formadas.”

O Estado Islâmico, que reivindicou os ataques de domingo a várias igrejas e hotéis, divulgou uma fotografia dos alegados bombistas, todos de rosto coberto à exceção de um, na qual aparentam fazer uma espécie de juramento.

Segundo a CNN, os serviços secretos indianos alertaram as autoridades do Sri Lanka para eventuais atentados, semanas e dias antes destes ocorrerem, concretamente nos dias 4, 9 e 20 de abril, véspera dos ataques, depois de interrogarem um alegado membro do Estado Islâmico detido na Índia.

Este suspeito terá revelado o nome de um homem que treinou no Sri Lanka e que foi associado a um grupo extremista implicado nos atentados. E é precisamente esse homem, Zahran Hashim, que foi identificado num vídeo dos alegados bombistas, divulgado na terça-feira pelo Estado Islâmico.

O envolvimento do Estado Islâmico parece convencer as autoridades, porque só uma conexão estrangeira explicaria os ataques levados a cabo por um pequeno grupo extremista nacional, os National Tawheed Jamath (NTJ).

O número de vítimas mortais subiu, entrentanto, para 359, numa altura em que se sabe, também, que os terroristas não conseguiram concretizar todos os seus intentos.

Um quarto hotel estaria na mira dos bombistas-suicidas, bem como o aeroporto internacional de Colombo, onde foi encontrada uma bomba por detonar.

Na última noite foram detidos mais 18 suspeitos dos ataques, elevando para 58 o número de detenções realizadas até ao momento.

No entanto, estarão a monte vários suspeitos, armados com explosivos.

As autoridades acreditam, porém, que nos “próximos dois dias” a situação ficará controlada e a segurança restabelecida.

Quanto à ligação dos ataques no Sri Lanka àqueles ocorridos em duas mesquitas da Nova Zelândia, como forma de retaliação, hipótese avançada pelo ministro da Defesa Ruwan Wijewardene, a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, afirmou hoje não ter recebido qualquer informação oficial ou dos serviços secretos sobre a eventual ligação.

Não temos nada, neste momento, que possa corroborar essa informação”, disse a governante.

Também um líder muçulmano em Colombo contrariou as alegações do ministro da Defesa do seu país, considerando que os mesmos não poderiam ter sido planeados num tão curto espaço de tempo.

É um absurdo ligar os ataques à Nova Zelândia. Os ataques na Nova Zelândia abriram os olhos do mundo para a crise que os muçulmanos enfrentam”, argumentou o vice-presidente do Conselho Muçulmano do Sri Lanka, Hilmy Ahamed, referindo-se à crescente islamofobia no mundo.

 

 

 

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