O primeiro-ministro britânico avisou hoje os líderes mundiais que a "raiva e impaciência do mundos serão impossíveis de conter" se não conseguirem entender-se para conter as alterações climáticas, uma "máquina do apocalipse" que é preciso desarmar.
Boris Johnson falava na abertura da cimeira de líderes mundiais incluída na 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), que se se realiza até 12 de novembro em Glasgow, Escócia.
"Podemos não nos sentir um James Bond, mas temos a oportunidade e o dever de fazer desta cimeira o momento quando a Humanidade começou a desarmar essa bomba, o momento quando começámos irrefutavelmente a virar a maré e a lutar contra as alterações climáticas", declarou o primeiro-ministro do Reino Unido, país anfitrião da cimeira.
Caso contrário, "todas as promessas terão sido apenas 'blá blá blá' e a raiva e a impaciência do mundo serão impossíveis de conter", alertou, defendendo que a COP26 é o momento de as dezenas de chefes de Estado e governo presentes em Glasgow usarem a sua "criatividade, boa vontade e imaginação".
A observá-los estão "milhares de milhões de olhos desconfiados, nervosos e desencantados e ainda milhares de milhões de olhos dos que ainda não nasceram", que olharão para trás "com raiva ainda maior" se a cimeira os desiludir.
Johnson afirmou que a maneira de "desarmar a máquina do apocalipse" é conhecida e inclui acabar com a utilização de carros com motores de combustão interna, acabar com as centrais elétricas a carvão, travar e reverter a desflorestação e reunir o dinheiro necessário para os países mais pobres poderem fazer o mesmo.
Presidente chinês intervém hoje através de comunicado por escrito
O Presidente chinês, Xi Jinping, vai dirigir-se à conferência das Nações Unidas sobre o clima (COP26) através de um comunicado por escrito, segundo informações divulgadas hoje pelos organizadores.
Xi, que não sai da China desde o início da pandemia de covid-19, deveria intervir via vídeo, mas, de acordo com o programa oficial da organização da Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, Xi vai enviar antes um comunicado por escrito, que será divulgado hoje.
A China, que desde 2006 é o país do mundo que mais emite gases poluentes, elevou as suas metas, desde o Acordo de Paris de 2015, e espera atingir a neutralidade nas emissões de carbono até 2060. O país prometeu também atingir o pico das emissões antes de 2030.