G7: a “harmonia” entre líderes mundiais e o restauro da credibilidade dos EUA - TVI

G7: a “harmonia” entre líderes mundiais e o restauro da credibilidade dos EUA

  • Agência Lusa
  • CM
  • 13 jun 2021, 17:40

Cimeira terminou com um "grau fantástico de harmonia" sobre temas como clima, democracia e pandemia

Boris Johnson saudou, neste domingo, o “grau fantástico de harmonia” entre os líderes do G7 sobre clima, valores democráticos e combate à pandemia, deixando o Brexit à margem.

A grande, grande maioria das conversas que tivemos nos últimos três ou quatro dias foram sobre outros assuntos [que não Brexit], e tem havido um grau fantástico de harmonia”, vincou, na conferência de imprensa de encerramento da cimeira, que decorreu durante três dias em Carbis Bay, no sudoeste de Inglaterra. 

O primeiro-ministro britânico foi questionado sobre as declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros, que considerou “ofensivo” que o presidente francês tivesse caracterizado, durante um encontro bilateral, a Irlanda do Norte "como um país separado" do Reino Unido.

Fontes do Eliseu esclareceram que Emmanuel Macron se referia ao facto de a Irlanda do Norte estar numa ilha diferente do resto do Reino Unido, a propósito das divergências sobre a aplicação do acordo do Brexit naquela província britânica.

Faremos o que for preciso para proteger a integridade territorial do Reino Unido, mas na verdade o que aconteceu nesta cimeira foi uma quantidade colossal de trabalho em assuntos que não tinham absolutamente nada a ver com o Brexit e juntamente com os nossos amigos e parceiros europeus vamos lançar uma série de projetos”, respondeu aos jornalistas. 

Na véspera, Boris Johnson tinha ameaçado suspender o acordo ratificado em 2020, acusando a União Europeia de falta de pragmatismo.

O chefe do executivo britânico realçou os compromissos feitos para mais apoios à educação de raparigas afetadas pelo encerramento das escolas durante a pandemia e para combater as alterações climáticas e proteger a biodiversidade em países desfavorecidos. 

O que une os países reunidos aqui neste fim de semana (…) é não apenas nossa determinação de enfrentar as mudanças climáticas, mas também nossos valores democráticos”, enfatizou.

Para o governante britânico, o G7 precisa de “mostrar os benefícios da democracia e da liberdade e dos direitos humanos para o resto do mundo”.

A cimeira do G7 juntou presencialmente pela primeira vez em dois anos dirigentes dos países do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) e da União Europeia. 

Para esta edição foram convidados os líderes da Austrália, África do Sul, Coreia do Sul e Índia. 

A reunião foi organizada pelo Reino Unido, que teve este ano a presidência rotativa, a qual estará a cargo da Alemanha em 2022. 

Biden diz que cimeira “colaborativa e produtiva” ajudou a restaurar credibilidade dos EUA

O presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou hoje que os EUA restauraram a presença no panorama mundial, qualificando de “uma reunião extraordinariamente colaborativa e produtiva” a cimeira. 

Ao encerrar três dias de encontros com líderes de alguns dos países mais poderosos do mundo e reatar laços com os aliados, Biden disse ter sentido um “entusiasmo genuíno” com a sua participação.

A América está de volta ao trabalho de liderar o mundo ao lado de nações que partilham os nossos valores mais próximos. Penso que fizemos progressos no restabelecimento da credibilidade americana entre os nossos amigos mais próximos”, vincou na conferência de imprensa após o fim do encontro. 

Durante a cimeira, encontrou-se bilateralmente com a maioria dos líderes e foi visível a boa disposição, nomeadamente com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron. 

Biden rompeu também com o protocolo ao assistir a uma missa na manhã de hoje numa igreja católica local juntamente com a esposa, Jill Biden, surpreendendo os residentes.  

Naquela que que é a primeira grande viagem ao estrangeiro desde a entrada em funções, em janeiro, o presidente impressionou ao anunciar o compromisso de doar 500 milhões de doses da vacina contra a covid-19 a países desfavorecidos. 

Também fez pressão para que a declaração conjunta dos líderes incluísse uma linguagem específica criticando o uso de trabalho forçado e outros abusos dos direitos humanos pela China e conseguiu ver aprovado o imposto mínimo de 15% sobre empresas multinacionais que ele propôs.

Sobre a Rússia, prometeu que será "muito claro" com seu homólogo russo, Vladimir Putin, sobre as divergências quando se encontrarem pela primeira vez na quarta-feira, reconhecendo que as relações EUA-Rússia estão atualmente “no seu nível mais baixo".

Não se trata de um concurso para ver quem é o melhor numa conferência de imprensa para tentar humilhar o outro, trata-se de indicar muito claramente quais são as condições a serem preenchidas para se conseguir um relacionamento melhor com a Rússia. Não estamos à procura de conflito", disse Biden aos jornalistas.

O presidente dos EUA deixou também claro de que a defesa de um aliado da NATO atacado, prevista no Artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte, continua a ser uma "obrigação sagrada” e que a organização é “vital" para a capacidade de "preservar a segurança de os Estados Unidos até o final do século”.

Após a conferência de imprensa, Biden viajou até ao Castelo de Windsor para uma audiência privada com a rainha Isabel II, o 13.º presidente encontrar-se com a monarca de 95 anos durante seu reinado de 69 anos.

Segue depois para Bruxelas, para reuniões com líderes da NATO e da União Europeia antes de uma cimeira com Vladimir Putin, na quarta-feira, em Genebra.

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