Primeira-ministra da Tunísia anuncia Governo após dois meses de incerteza - TVI

Primeira-ministra da Tunísia anuncia Governo após dois meses de incerteza

  • Agência Lusa
  • BC
  • 11 out 2021, 12:10
Primeira-ministra da Tunísia anuncia Governo

Najla Bouden foi nomeada a 29 de setembro, mais de dois meses depois da demissão a 25 de julho do primeiro-ministro Hichem Mechichi pelo chefe de Estado

A primeira-ministra da Tunísia, Najla Bouden, anunciou hoje a formação do seu Governo – o décimo numa década – 11 semanas depois de o Presidente Kais Saied decretar o estado de emergência e assumir plenos poderes para “salvar a paz social”.

O Presidente da República promulga um decreto nomeando o chefe do Governo e os seus membros”, indicou a presidência num comunicado, pouco antes da difusão pela televisão oficial da cerimónia de posse.

Pela primeira vez na história do país, a formação do Governo foi confiada a uma mulher, a universitária Najla Bouden, mas esta e a sua equipa dispõem de prerrogativas consideravelmente reduzidas após o golpe de força de Saied.

Bouden foi nomeada a 29 de setembro, mais de dois meses depois da demissão a 25 de julho do primeiro-ministro Hichem Mechichi pelo chefe de Estado que também suspendeu o parlamento e assumiu o poder judicial.

Num discurso na tomada de posse, Bouden, 63 anos, afirmou que “a luta contra a corrupção será o objetivo mais importante” do seu Governo, que conta com 25 membros além dela.

O anúncio do novo Governo ocorre um dia depois de uma nova manifestação em Tunes contra as medidas de exceção decididas por Saied, na qual participaram pelo menos 6.000 pessoas.

Após dois meses de incertezas, Saied promulgou a 22 de setembro um decreto oficializando a suspensão de vários capítulos da Constituição e estabelecendo “medidas excecionais”, supostamente temporárias, enquanto se realizam reformas políticas, incluindo alterações à Constituição de 2014.

Em plena crise socioeconómica e sanitária e após meses de bloqueio político, Saied invocou um “perigo iminente” para justificar as suas ações, denunciadas como um “golpe de Estado” pelos seus opositores e organizações não-governamentais.

 

Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE