O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, contrariou o ultimato do ministro Sérgio Moro e demitiu o diretor-geral da Polícia Federal (PF) brasileira. Sérgio Moro tinha ameaçado apresentar demissão, caso o presidente insistisse na exoneração de Maurício Leite Valeixo.
A exoneração, assinada por Jair Bolsonaro e por Sérgio Moro, ocorre "a pedido", de acordo com a nota de demissão publicada na página da internet do Governo Brasileiro.
Na quinta-feira, Sérgio Moro tinha comunicado ao presidente que pediria demissão se Valeixo fosse demitido. Oficialmente, o Ministério da Justiça nega que Moro tenha chegado a pedir demissão. O jornal A Folha de São Paulo diz que a saída de Moro do Governo de Bolsonaro está a ser negociada e pode acontecer ainda esta sexta-feira.
O jornal acrescenta ainda que o nome de Sérgio Moro na nota de demissão de Valeixo é apenas uma formalidade, porque o antigo diretor-geral da PF era seu subordinado. Sérgio Moro não terá sido sequer informado da formalização da exoneração.
Maurício Leite Valeixo foi superintendente da PF no Paraná, durante a operação Lava Jato, quando Moro era juiz federal responsável pelos processos da operação na primeira instância. Homem de confiança do super juiz, Valeixo chegou a ser nomeado para a liderança da PF ainda antes do próprio Moro tomar posse.
Para já, não se fala ainda num substituto de Maurício Leite Valeixo à frente da PF.
Sérgio Moro terá, segundo a Folha de São Paulo, apresentado o pedido de demissão do cargo de ministro da Justiça, na quinta-feira de manhã, caso Bolsonaro insistisse na demissão de Valeixo. A manutenção de Moro no cargo estaria ser negociada com os ministros da Casa Civil e da Secretaria do Governo e uma das contrapartidas seria o ministro da Justiça ter a ultima palavra na sucessão de Valeixo. Contudo, tudo pode ter mudado com o anúncio da exoneração em plenas negociações.