A presidente brasileira, Dilma Rousseff, foi notificada no final da tarde desta quinta-feira sobre a abertura do processo de destituição ('impeachment') de que é alvo pela Câmara dos Deputados.
Como havia sido anunciado logo após a aprovação do nome dos elementos da comissão especial, a notificação do início do processo foi entregue no Palácio do Planalto pelo primeiro-secretário da Câmara dos Deputados, Beto Mansur, do Partido Social Democrático (PSD).
O deputado também entregou o texto na íntegra do pedido de ‘impeachment’ apresentado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Junior, que motivou o início do processo e a formação de uma comissão.
Antes da votação, líderes dos 24 partidos com representantes na Câmara indicaram os nomes dos 65 deputados que vão participar nos trabalhos.
A comissão foi eleita por 433 votos a favor e apenas 1 contra.
Nas ruas, o Brasil vive hoje a segunda noite de protestos. Há manifestações em pelo menos 64 cidades, a maior parte contra a Presidente Dilma Rousseff e o antecessor Lula da Silva.
Em Brasília, a tensão é grande junto ao Congresso Nacional, onde estão concentradas cerca de 8.000 pessoas. Neste mesmo local, mas durante a manhã, a polícia teve de intervir para separar manifestantes pró e anti-governamentais, acabando por deter duas pessoas.
No centro de São Paulo estão milhares de pessoas, que cortaram a Avenida Paulista, exigindo a renúncia de Dilma e a nomeação de Lula para ministro da Casa Civil.
Milhares de pessoas manifestam-se, neste momento, nas ruas de 17 estados.
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