Empresários que apoiam Bolsonaro gastaram milhões em mensagens falsas contra Haddad - TVI

Empresários que apoiam Bolsonaro gastaram milhões em mensagens falsas contra Haddad

  • Sofia Santana
  • 19 out 2018, 08:04

A denúncia foi divulgada esta quinta-feira numa reportagem do jornal brasileiro Folha de São Paulo. Especialistas dizem que em causa pode estar um caso de doação de campanha por empresas, uma prática que é ilegal pela legislação eleitoral brasileira. Fernando Haddad já fez saber que vai acionar a Polícia Federal e a Justiça Eleitoral 

Empresários que apoiam a candidatura de Jair Bolsonaro às eleições presidenciais brasileiras compraram irregularmente o envio de pacotes massivos de mensagens e notícias falsas contra o candidato do Partido dos Trabalhadores, Fernando Haddad, que foram divulgadas através da aplicação Whatsapp. Este esquema estaria a preparar uma nova ação, com o disparo massivo de mensagens na próxima semana, antes da segunda volta das eleições.

A denúncia foi divulgada esta quinta-feira numa reportagem do jornal brasileiro Folha de São Paulo. Os especialistas dizem que em causa pode estar um caso de doação de campanha por empresas, uma prática que é ilegal pela legislação eleitoral brasileira.

De acordo com o mesmo jornal, foram gastos 12 milhões de reais (quase 3 milhões de euros) nesta campanha via Whatsapp e entre os empresários que financiaram este esquema está Luciano Hang, dono da Havan.

Estas empresas recorreram a serviços de agências de marketing para enviarem as mensagens. Agências que, por sua vez, usaram bases de dados existentes para fins comerciais, organizadas por região geográfica e até por rendimentos auferidos. O que também é ilegal: a legislação eleitoral brasileira não permite a compra de bases de dados de terceiros.

Bolsonaro já reagiu à denúncia, negando, através do seu advogado, qualquer envolvimento em irregularidades. O candidato da extrema-direita alegou que a sua campanha atua com voluntários sobre os quais não tem controlo.

Mas quatro especialistas ouvidos pela agência Reuters consideram que se estas informações forem confirmadas a campanha de Bolsonaro pode ser acusado de abuso de poder económico, abuso de meios de comunicação e omissão de doações de campanha, crime conhecido como “caixa 2”.

Estes peritos acreditam que mesmo que a campanha de Bolsonaro alegue que não tem qualquer envolvimento no esquema, o candidato pode ser responsabilizado por crime eleitoral pois o resultado das eleições podes ser alterados através de ações em seu benefício.

Entretanto, Fernando Haddad já fez saber que vai acionar a Polícia Federal e a Justiça Eleitoral para que o caso seja investigado.

 

 

O Whatsapp emitiu uma nota para informar que “está a investigar os pontos denunciados através da reportagem”, assegurando que já "baniu centenas de contas" durante o período das eleições brasileiras.

Temos tecnologia de ponta para a detecção de spam que identifica contas com comportamento anormal ou automatizada para que não possam ser usadas para espalhar spam ou desinformação", refere a plataforma.

A segunda volta das eleições brasileiras, entre Bolsonaro e Haddad, realiza-se 28 de outubro

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