«Jesus ligou-me e perguntou: 'Aceita ser reserva na minha equipa?'» - TVI

«Jesus ligou-me e perguntou: 'Aceita ser reserva na minha equipa?'»

O título que ficou a faltar. No último jogo da época, na final do Mundial de Clubes, o Flamengo faz um jogo elogiável e leva o Liverpool para prolongamento, mas acabar por perder por 1-0. A equipa sai de campo sob o aplauso dos adeptos e é recebida no Rio de Janeiro em festa. 2019 foi inesquecível: para o Flamengo, e para Jorge Jesus.

Ex-jogador que trabalhou com o técnico no Estrela da Amadora conta o nível de exigência

Jorge Jesus é conhecido pela sua exigência, que surpreendeu inclusive o plantel do Flamengo no início, e essa exigência já vem de longe, como conta Evando, que jogou sob o comando do técnico na temporada 2002/2003 no Estrela Amadora.

«Ele é muito exigente. Por vezes exagerava um pouco quando um atleta errava um passe mais fácil. Ele tinha o costume de parar o treino e dizer: ‘Isso é um passe da 5ª divisão’», disse o antigo jogador em entrevista à ESPN Brasil.

«É uma pessoa muito detalhista e perguntava-nos: ‘Vocês não veem o Ronaldo e o Zidane jogarem?’ Ele cobrava que tivéssemos a mesma postura corporal, movimentação e preparação de jogo do que eles. Ele queria sempre o melhor para nós e mostrava que tínhamos de aprender com os grandes atletas», recordou.

Evando contou ainda como deixou o Vitória de Guimarães para jogar no Estrela da Amadora de Jorge Jesus: «Ele ligou-me no final da pré-temporada e perguntou: ‘Gostaria de trabalhar no Estrela Amadora?’ Eu respondi que sim. Ele emendou: «Aceita ser reserva da minha equipa?’ Eu respondi: ‘Vou lutar pela posição, mas óbvio que aceito. O Jesus disse: ‘Então pode vir para Lisboa que vamos acertar contigo’. Ele fez uma pergunta muito direta logo na primeira conversa.»

E acabou mesmo por segurar um lugar no onze por causa do desempenho num jogo de pré-época. «Eu entrei na segunda parte, fiz um bom jogo. No dia seguinte, ele disse ao grupo todo na palestra: ‘Vocês pensam que ele será reserva desta equipa? Não será mesmo!’ Ele é muito espontâneo e verdadeiro», adiantou elogiando:

«Aprendi demais com ele. É muito determinado e estudioso. Foi uma referência, um dos melhores treinadores que tive», apontou. «Taticamente saber ler o jogo e utilizar o que cada atleta tem de melhor em prol do coletivo.»

«Jesus vive futebol por 24h e com certeza sonha com isso durante as noites. Ele plantou todo o sucesso que está a colher.»

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