Uma mulher morreu em Fortaleza, no Brasil, quando o autocarro de passageiros em que seguia colidiu com um camião. Ao colo, tinha a filha de quase três anos, que conseguiu salvar, ao atirá-la para os braços de outra pessoa.
De acordo com o portal Tribuna do Ceará, Thaís Silva de Almeida, de 27 anos, foi a única vítima mortal do acidente, que ocorreu na segunda-feira à tarde na Avenida Alberto Craveiro, no Bairro Boa Vista, em Fortaleza.
Testemunhas citadas pelo portal de notícias relataram que o autocarro mudou de direção de forma brusca e colidiu com o camião, que se encontrava temporariamente parado na faixa de rodagem destinada a transportes públicos, a aguardar uma oportunidade para fazer uma manobra e entrar dentro de um armazém. A parte da frente do veículo bateu na traseira do camião e ficou totalmente destruída.
No momento do acidente, Thaís de Almeida estava com a filha de quase três anos, que tem paralisia cerebral. As duas vinham de uma consulta no hospital. Ao perceber que ia haver uma colisão, a mulher que estava a amamentar a menina, atirou a criança para um homem que estava a pregar dentro do autocarro.
Eu estava a evangelizar dentro do autocarro, quando a moça atirou a criança para mim. Eu estava de costas, não vi que o acidente ia acontecer”, conta Wellington Oliveira, ao Tribuna do Ceará.
O homem acredita que só sobreviveu por causa da atitude da mãe da criança.
Eu acabei por cair, quando ela atirou a criança, e isso fez-nos escapar de ficar esmagados. Se ela não tivesse atirado a criança pra mim, nós três teríamos morrido. Antes de morrer, ela pediu-me para cuidar da bebé”, acrescentou o evangelizador.
O revisor, identificado como Oliveira, escapou por pouco. “Foi tudo muito rápido. A mulher, que estava ali no primeiro assento, foi atingida e ficou encarcerada. Eu também estava ali na frente, do lado da pancada. Passou muito perto de mim”.
De acordo com as autoridades, o motorista do camião não possui habilitação para conduzir o veículo. Mas a família da vítima também se interroga sobre se o autocarro não iria em excesso de velocidade. José Nicácio, marido de Thaís de Almeida, defende que as duas partes são responsáveis.
Como ele [o motorista do camião] estava na faixa do autocarro, o outro [motorista do autocarro] também tinha de ter a responsabilidade dele. Não é porque uma pessoa se colocou na faixa dele, que ele vai atirar-se para cima e tirar a vida de uma pessoa. E a empresa também tem culpa de ter contratado um profissional desses. A partir do momento em que entra um passageiro no autocarro, a responsabilidade é da empresa também. Uma via daquelas - larga, reta, sem trânsito – uma pessoa chega do nada e lança-se para cima de um camião e acaba com a vida de uma mãe de família”, desabafou, emocionado.
O caso está agora sob investigação policial.
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