«Não fiquei oito anos no Bayern Munique por ser bonito» - TVI

«Não fiquei oito anos no Bayern Munique por ser bonito»

Jesus conversa com Rafinha (foto: Flamengo)

Rafinha recordou o período na Baviera para explicar a «frustração» de nunca ter sido convocado com regularidade para a seleção do Brasil

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Após 14 anos na Europa, Rafinha decidiu regressar ao Brasil pela porta do Flamengo, equipa orientada por Jorge Jesus. Numa extensa entrevista, o lateral-direito puxou dos galões, lembrando as oito épocas ao serviço do Bayern Munique, para explicar a «frustração» sentida por nunca ter representado de forma contínua o Escrete.

O internacional brasileiro tem no currículo uma Liga dos Campeões, um Mundial de Clubes, sete campeonatos da Alemanha, entre outros troféus. O jogador do Mengão frisou isso mesmo.

«Não fiquei oito anos no Bayern por ser bonito ou outra coisa, foi pelo meu trabalho. Sempre joguei bem, sempre tive regularidade, estive lá sempre que foi preciso. Fiz 266 jogos pelo clube. Dos 50 jogos que habitualmente tivemos por época, joguei sempre entre 30 a 35, o que significa que joguei mais de metade dos jogos todos os anos em que lá estive», defendeu, em entrevista ao Globo Esporte, antes de desenvolver o raciocínio.

«Nos grandes clubes europeus não existem titulares ou suplentes. Os plantéis são curtos e todos jogam. Quem acompanhou o meu percurso, sabe que tive muito sucesso no Bayern. Foi o auge da minha carreira, conquistei muitos títulos importantes e joguei. Deixei o meu nome marcado na história.»

Depois de lembrar a carreira na Alemanha, Rafinha lamentou a falta de oportunidades na seleção do Brasil.

«Nunca tive uma sequência na seleção brasileira. Era convocado, depois não me convocavam mais. Disseram que em 2015 pedi dispensa. Fui convocado porque os outros laterais estavam lesionados, era a quarta opção. Há dois anos que não era chamado, então agradecia, mas disse que ia concentrar-me no Bayern. Estava a jogar, vivia o melhor momento da carreira. Se tivesse ido à seleção, jogava aqueles dois jogos e nunca mais seria convocado. Não rejeitei o Brasil. Sempre quis defender o meu país», frisou.

O jogador de 33 anos lamentou nunca ter participado num Campeonato do Mundo. «O Tite convocou-me em 2017, o Felipão [Scolari] em 2014, mas foi antes do Mundial. O grupo já estava fechado. Se me tivesse dado três oportunidades, poderia ter mostrado mais. O Tite ligou-me em 2017, perguntou se tinha interesse em voltar e respondi-lhe 'claro que quero, mas não quero ir só uma vez e não ir mais'. Ele convocou-me uma vez e depois não me chamou mais. É difícil esperar alguma coisa. Não dá para me mostrar só num jogo», contou. 

Em suma, Rafinha caracterizou como uma frustração o seu percurso na seleção do Brasil. 

«Sinto-me frustrado. Todos os jogadores querem jogar um Mundial. Em 2010 o Maicon e o Dani Alves estavam no melhor momento das suas carreiras, era difícil. Agora em 2014 e 2018 tinha de estar presente em função dos meus desempenhos pelo Bayern. Fiz a minha parte, fiz épocas espetaculares, mas não fui convocado. Fiz a minha parte em campo. Nunca me lamentei, preferi falar com os pés. Optaram por outros jogadores, respeito muito, mas acredito que se me tivesse sido dada uma oportunidade, teria ajudado muito», referiu.

 

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