Onda de violência em Manaus após motim que deixou 119 reclusos a monte - TVI

Onda de violência em Manaus após motim que deixou 119 reclusos a monte

  • Sofia Santana
  • 6 jan 2017, 12:51
Manaus - Motim na prisão (Complexo Penitenciário Anísio Jobim)

Pelo menos 12 pessoas foram assassinadas nos últimos dois dias em Manaus, no estado brasileiro do Amazonas. Autoridades relacionam escalada de violência com motim na prisão que fez perto de 60 mortos

Pelo menos 12 pessoas foram assassinadas nos últimos dois dias em Manaus, no estado brasileiro do Amazonas. A cidade tem registado uma escalada de violência que as autoridades relacionam com o motim que ocorreu numa prisão nas proximidades. É que durante o motim, que fez quase 60 mortos, 184 presos conseguiram fugir e destes apenas 65 foram capturados.

Só nesta madrugada, pelo menos quatro pessoas foram assassinadas em Manaus, segundo os dados da polícia do Amazonas.

De acordo com a imprensa brasileira, que teve acesso aos registos da Polícia Militar, num dos casos mais violentos, a vítima foi assassinada com cerca de 30 tiros. Os documentos descrevem que o jovem de 21 anos estava na sua residência, na zona leste da capital, quando oito homens saíram de um matagal e o atacaram.

Um outro caso, na zona norte da cidade, descreve o homicídio de um homem de 23 anos, quando este estava em casa com o filho, de três. Dois indivíduos invadiram a residência e começaram a disparar. O homem morreu no local e a criança foi baleada na cabeça e levada para um hospital da região. 

A polícia acredita que esta onda de violência está diretamente relacionada com o motim no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, a maior prisão do estado do Amazonas, que ocorreu na segunda-feira.

Durante o motim, que durou 17 horas e fez 56 mortos, 184 reclusos conseguiram fugir da prisão através de túneis. E até agora, segundo informou o comité de Crise do Sistema de Segurança Pública do Brasil, na quinta-feira, apenas 65 dos fugitivos foram capturados. Ou seja, há ainda 119 presos a monte.

Apesar das suspeitas da polícia, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, informou, em comunicado, que as mortes estão a ser investigadas e que, para já, não há ligações diretas ao motim.  

Na origem do motim esteve a guerra entre os dois maiores cartéis de tráfico de droga do país, o Primeiro Comando e a Família do Norte.

O presidente do Brasil, Michel Temer, só se pronunciou sobre o incidente na quinta-feira, considerando que se tratou de um "acidente pavoroso". Temer falou sobre o Plano Nacional de Segurança, que está em discussão no país, e anunciou novas medidas para garantir uma maior segurança nos estabelecimentos prisionais.

 

 

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