Paralímpicos tornam-se novo filme de terror com Temer como mordomo - TVI

Paralímpicos tornam-se novo filme de terror com Temer como mordomo

À semelhança da abertura dos Jogos Olímpicos, a dos Paralímpicos voltou a brindar o agora presidente efetivo Michel Temer com vaias descomunais. Mais protestos houvera antes, no dia da independência do Brasil

"Fora Temer!", parece ter-se tornado o novo grito do Ipiranga no Brasil. Em 1822, foi o acto simbólico com que o então príncipe D. Pedro se tornou imperador, com a aprovação dos que o rodeavam. Agora, quem comanda os destinos do maior país sul-americano ouve apupos e vaias onde quer que esteja.

No dia em que o país assinalou os 194 anos da independência, 7 de setembro, o novo presidente teve uma jornada recheada de protestos. Começaram em Brasília, passaram pela maior cidade, S. Paulo, e à noite, os quase 80 mil lugares do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, praticamente silenciaram o anúncio da abertura dos Jogos Paralímpicos.

Temer foi apresentado pelo presidente do Comité Paralímpico Internacional, pouco antes das 21:10 locais, 1:10 em Lisboa. Assim que o nome do presidente foi anunciado, começaram as vaias. Tal como acontecera na abertura dos Jogos Olímpicos.

Declaro abertos os Jogos Paralímpicos de 2016", disse Michel Temer, ou tentou que se ouvisse, já que os apupos ecoaram mais alto.

Aplausos a Temer só mesmo na tribuna onde o presidente estava. Nas bancadas, repetiram-se as vaias que o presidente ouviu durante todo o dia de quarta-feira.

As manifestações fazem parte de um regime democrático e o governo vai conviver com elas. Isso faz parte e é natural”, foi a justificação da assessoria de Temer, citada pela rede Globo.

"Mordomo de filme de terror"

Na história da política brasileira, ficou cravado em Temer o dichote de que tinha "pose de mordomo de filme de terror", um mimo com que foi brindado pelo então presidente do Senado, António Carlos Magalhães, em 1999.

Quarta-feira, o presidente começou o dia na capital, Brasília, assistindo à parada militar que assinalou o aniversário da independência. Esteve no palanque com a mulher, Marcela, e com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski. Viu o desfile e ouvir um coro de protestos.

À mesma hora, em S. Paulo, num dia como tantos outros, milhares de pessoas saíram às ruas em protesto contra Temer, acusando-o de ter levado a cabo um golpe palaciano com o processo de destituição de Dilma Rousseff.

Por fim, Temer esteve no Rio de Janeiro, para dar início aos Jogos Paralímpicos, que decorrem até 18 de setembro. Aí, foi o que se viu. E ouviu.

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