Pastor evangélico é preso acusado de corrupção no Rio de Janeiro - TVI

Pastor evangélico é preso acusado de corrupção no Rio de Janeiro

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  • JGR
  • 28 ago 2020, 14:30
Justiça

A prisão do pastor evangélico foi decretada por um juiz do Superior Tribunal de Justiça, na mesma decisão que afastou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel

 líder evangélico e presidente do Partido Social Cristão (PSC), Everaldo Dias Pereira, foi preso esta sexta-feira por agentes da Polícia Federal numa operação que investiga desvios de dinheiro na área da saúde no estado brasileiro do Rio de Janeiro durante a pandemia.

A prisão do pastor evangélico foi decretada por um juiz do Superior Tribunal de Justiça (STF) na mesma decisão que afastou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, do cargo por 180 dias, nesta sexta-feira.

Witzel também é suspeito e foi denunciado por alegadas irregularidades na gestão de recursos da área da saúde durante a pandemia de covid-19.

Conhecido apenas como 'pastor Everaldo', o presidente do PSC foi citado num acordo de colaboração firmado entre um ex-funcionário do governo do Rio de Janeiro com o Ministério Público Federal (MPF), o ex-secretário de Saúde Edmar Santos, preso numa operação da polícia em maio.

O MPF informou num comunicado divulgado esta sexta-feira que “a partir da eleição de Wilson Witzel, estruturou-se no âmbito do governo estadual uma organização criminosa, dividida em três grupos, que disputavam o poder mediante o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos”.

Os investigadores suspeitam que o presidente do PSC estaria ligado a estes alegados grupos criminosos que atuavam dentro do Governo 'fluminense'.

Além de preso, o 'pastor Everaldo' foi acusado esta sexta-feira de corrupção e branqueamento de capitais.

O líder evangélico, membro da Assembleia de Deus, é considerado um político influente no Brasil, e chegou a lançar uma candidatura presidencial em 2014.

Antes de ser detido nesta sexta-feira, o 'pastor Everaldo' tinha sido mencionado num outro acordo de colaboração com a justiça firmado pelo ex-diretor da Odebrecht Ambiental Fernando Reis.

Aquele delator afirmou à justiça brasileira que a empreiteira teria entregado 6 milhões de reais (904 mil euros na cotação atual) em dinheiro não declarado ao 'pastor Everaldo' em 2014.

Em troca do dinheiro, o líder evangélico teria sido instruído a ajudar o candidato Aécio Neves nos debates políticos das presidenciais. Aécio Neves ficou em segundo lugar naquelas eleições, atrás da ex-presidente Dilma Rousseff.

O pastor também é considerado influente no Governo do Rio de Janeiro já que foi o mentor do governador Wilson Witzel, que é filiado no seu partido.

Carlos Bolsonaro, filho do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, elegeu-se vereador da cidade do Rio de Janeiro filiado ao PSC.

O próprio Jair Bolsonaro integrou o PSC, em 2016, quando iniciava a sua pré-campanha. O chefe de Estado brasileiro foi batizado pelo 'pastor Everaldo' no rio Jordão, em Israel, em 2018.

Bolsonaro, porém, elegeu-se Presidente do Brasil pelo Partido Social Liberal (PSL), sigla da qual se desvinculou no ano passado.

A Lusa tentou entrar em contacto com a assessoria de comunicação do político, mas não obteve resposta. Numa nota publicada pelos ‘media’ brasileiros, o PSC alega que o pastor “sempre esteve à disposição de todas as autoridades" e reitera a sua confiança na justiça.

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