Presidente cessante da câmara do Rio de Janeiro detido em casa - TVI

Presidente cessante da câmara do Rio de Janeiro detido em casa

  • 22 dez 2020, 13:35
Marcelo Crivella

Em causa estão suspeitas de subornos a que o pastor evangélico Marcelo Crivella estaria ligado

O presidente cessante da câmara do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, foi esta terça-feira detido pela polícia em casa, por suspeitas de ligação a um alegado esquema de subornos, segundo fontes policiais e judiciais.

O pastor evangélico irá deixar o cargo no dia 01 de janeiro depois de ter perdido a reeleição para o seu antecessor, Eduardo Paes.

Investigações no início deste ano mostraram que Crivella tinha laços estreitos com Rafael Alves, um homem de negócios que também foi preso hoje.

Alves teria prometido contratos governamentais em troca de pagamentos, disseram a polícia e os procuradores.

Alves nunca ocupou um cargo oficial, mas o seu irmão era o chefe do gabinete do Turismo da cidade e mantinha reuniões frequentes com Crivella. Os investigadores alegaram que Alves foi a pessoa que decidiu as empresas às quais iriam ser adjudicados contratos.

Jorge Felippe, presidente do conselho municipal, assumirá o cargo enquanto Crivella estiver detido.

Crivella, um aliado do Presidente Jair Bolsonaro, disse aos repórteres, aquando da sua chegada à sede da polícia do Rio, que a sua prisão é injusta, associando-a à sua alegada vontade de combater os interesses corporativos e os lobistas.

"Sou o presidente da câmara que mais combateu a corrupção", disse Crivella, ao entrar na sede da polícia do Rio de Janeiro.

Crivella disse repetidamente durante a sua campanha que Paes, que era presidente da câmara quando o Rio acolheu os Jogos Olímpicos de 2016, seria preso por causa de outras investigações.

O governador do estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, foi suspenso do cargo desde agosto, quando um dos principais tribunais do Brasil o ligou a irregularidades no setor da saúde, no meio da luta contra a covid-19.

Witzel está também a lutar contra processos de 'impeachment' que poderiam dar o seu cargo a outra pessoa sob investigação, o vice-governador Claudio Castro.

Cinco ex-governadores do Estado do Rio foram presos nos últimos anos, sob acusações de corrupção.

Crivella, de 63 anos, é um bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, cujos líderes são os principais apoiantes de Bolsonaro.

 

Prefeito do Rio de Janeiro diz-se alvo de perseguição política após prisão

 O presidente cessante da Câmara do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, afirmou-se alvo de perseguição política após ter sido preso hoje por suspeitas de ligação a um alegado esquema de subornos.

Isso é uma perseguição política. Lutei contra todas as empreiteiras, tirei recursos do pedágio [portagem], do Carnaval, e isso é perseguição. Quero que se faça justiça”, disse Crivella segundo o jornal O Globo.

O prefeito cessante, que também é pastor evangélico da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), cujos líderes são os principais apoiantes de Bolsonaro, irá deixar o cargo no dia 1 de janeiro depois de ter perdido a reeleição para o seu antecessor, Eduardo Paes.

O advogado Alberto Sampaio, responsável pela defesa de Crivella, afirmou que a prisão do autarca é uma injustiça e anunciou que vai recorrer para o colocar em liberdade.

Foi uma surpresa, certamente. Com certeza. Vou pedir ainda hoje um 'habeas corpus'”, declarou Sampaio.

O Republicanos, partido político do prefeito ‘carioca’, divulgou uma nota afirmando que aguarda “detalhes e os desdobramentos da prisão do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella".

O partido acredita na idoneidade de Crivella e vê com grande preocupação a judicialização política”, afirma.

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