Suspeito da morte de Marielle esteve no condomínio de Bolsonaro no dia do crime - TVI

Suspeito da morte de Marielle esteve no condomínio de Bolsonaro no dia do crime

  • SS
  • 30 out 2019, 10:15

Uma reportagem da Globo, difundida na terça-feira, denunciou que um dos suspeitos de participar no homicídio de Marielle Franco esteve no condomínio de Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, no dia em que a vereadora foi assassinada. O presidente do Brasil já veio negar qualquer envolvimento no homicídio e insultou a Globo pela transmissão da reportagem

Uma reportagem da Globo, difundida na terça-feira, denunciou que um dos suspeitos de participar no homicídio de Marielle Franco esteve no condomínio de Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, no dia em que a vereadora de esquerda foi assassinada, 14 de março de 2018.

Um porteiro do condomínio, citado pela Globo, disse que o ex-policía Élcio Queiroz, já formalmente acusado de ter sido um dos autores materiais do crime, afirmou à entrada que queria visitar Jair Bolsonaro, então deputado federal.

Segundo a mesma fonte, alguém de casa de Bolsonaro autorizou a entrada, mas Queiroz acabou por dirigir-se à residência de Ronnie Lessa, acusado de balear Marielle horas depois, naquele mesmo dia, e que vive no mesmo condomínio de Bolsonaro.

De acordo com o registo da Câmara dos Deputados brasileira, Bolsonaro estava em Brasília a 14 de março de 2018.

O presidente do Brasil já veio negar qualquer envolvimento no homicídio de Marielle Franco e insultou a rede Globo pela transmissão da reportagem que o coloca na investigação.

Vocês são canalhas, patifes e querem acabar com o Brasil”, afirmou Jair Bolsonaro, visivelmente exaltado, num vídeo de 24 minutos transmitido na rede social Facebook.

Bolsonaro, que se encontra na Arábia Saudita, acusou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, de ter dado informações à televisão sobre um processo ainda em segredo de justiça.

Tenho o compromisso de tirar o Brasil do buraco, apesar da imprensa suja, nojenta, desonesta e imoral, como a Rádio e Televisão Globo”, acrescentou.

“Vamos resistir, a verdade está do meu lado. Quero servir o meu país como presidente”, disse.

Ou o porteiro mentiu, ou induziram o porteiro a cometer um falso testemunho, ou escreveram algo no inquérito que o porteiro não leu nem assinou. Qual é a intenção? Sempre a mesma, todo o tempo em cima da minha família, dos meus filhos e de quem está próximo de mim”, disse Bolsonaro.

 

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), ao qual Marielle Franco pertencia, informou ter pedido, após a transmissão da reportagem, uma “audiência imediata” com o presidente do Supremo Tribunal Federal, José Antonio Dias Toffoli.

“Exigimos esclarecimentos imediatamente. O PSOL nunca fez qualquer ilação entre o assassinato e Jair Bolsonaro. Mas as informações veiculadas hoje são gravíssimas. O Brasil não pode conviver com qualquer dúvida sobre a relação entre o Presidente da República e um assassinato. As autoridades responsáveis pela investigação precisam se manifestar. Exigimos respostas”, indicou, em comunicado, o PSOL.

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