May não se recandidata a primeira-ministra se sobreviver à moção de censura - TVI

May não se recandidata a primeira-ministra se sobreviver à moção de censura

  • VC
  • 12 dez 2018, 17:50

Líder do governo britânico está a enfrentar, nesta tarde de quarta-feira, uma moção de censura proposta por deputados do seu próprio partido

A pouco menos de meia hora de enfrentar uma moção de censura interna, do seu próprio partido, Theresa May garantiu que não se recandidata a primeira-ministra, nas próximas eleições de 2022, se conseguir sobreviver a esta votação. A Reuters reproduz as suas declarações, feitas numa reunião de deputados conservadores, antes da votação para a afastar da liderança.

A dita votação está agendada para as 18:00 e deverá durar mais de duas horas. Só depois das 20:00, talvez perto das 21:00, se saberá que destino terá May, que está a tentar convencer os deputados a manter-se no cargo para levar avante o Brexit.

A Reuters adianta também que May recolhe intenção de apoio de quase 200 deputados o que, a concretizar-se, será suficiente para que ganhe a confiança em se manter, pelo menos para já, à frente do governo. Precisará de uma maioria simples de 159 votos entre o total de 317 do seu grupo parlamentar. 

Seja como for, há o risco de quem a apoia publicamente estar contra ela na votação. Há casos assim, de parlamentares que o confidenciaram, segundo a Reuters.

Esta quarta-feira de manhã, a primeira-ministra do Reino Unido deixou uma garantia: "Vou lutar contra essa votação com todas as minhas forças". Neste momento, está a lutar pela sua sobrevivência política.

 Estou firmemente decidida a terminar o trabalho" 

O difícil processo do Brexit, cuja votação no parlamento decidiu adiar, por perceber que o acordo iria ser chumbado por maioria. 

Está previsto que o Reino Unido deixe a União Europeia em março do próximo ano. A Comissão Europeia já avisou que não "há qualquer espaço para renegociar" mais.

As contas que é preciso fazer

O presidente da Comissão, Graham Brady, Comissão 1922, que gere o processo de eleições internas do partido Conservador, confirmou por comunicado que foi atingido o número de cartas suficiente para que seja pedida a retirada da confiança à líder. Para uma moção de censura ser ativada, tinha de ser subscrita por 48 deputados conservadores, equivalente a 15% do grupo parlamentar. Cabe ao presidente da Comissão confirmar que foi atingido o número de cartas necessário e determinar o dia de uma votação secreta de todo o grupo parlamentar de 315 deputados.

A decisão sobre se o líder, neste caso Theresa May, mantém ou deixou de merecer a confiança dos deputados é ditada quando reúne pelo menos metade dos votos mais um, ou seja 159.

Se May vencer, fica imune durante um ano a nova contestação interna, embora uma vitória por uma margem curta possa fazer com que coloque o lugar à disposição. Se a líder dos ‘tories' perder, é afastada e inicia-se uma corrida para a sucessão, que só pode ter como candidatos deputados eleitos pelo partido Conservador com o apoio de pelo menos dois colegas.

Os pretendentes são sujeitos a uma série de votos secretos que vão eliminando aqueles menos populares até restarem apenas dois, que são então alvo de um sufrágio geral junto dos militantes do partido.

O processo pode demorar várias semanas, a não ser que um dos dois candidatos finais se retire da corrida, como fez Andrea Leadsom em 2016, deixando o caminho a Theresa May.

A última vez que um líder conservador foi deposto pelos seus próprios parlamentares, foi em 2003, quando Iain Duncan Smith acabou por ser substituído por Michael Howard.

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