Hoje em dia, os cidadãos romanos fazem piqueniques e passeiam na Villa Torlonia, mas, entre 1925 e 1943, Mussolini viveu ali com a mulher e os filhos.
Com medo de bombardeamentos dos aliados, o «Duce» decidiu transformar uma adega num abrigo com portas anti-gás, explicou Marco Placidi, presidente da organização sem fins lucrativos «Underground Roma» à Reuters.
O Departamento da Cultura de Roma disse que abrir o local relembraria os moradores e os turistas de «uma das páginas mais negras da nossa história».
As duas estruturas subterrâneas secretas que Mussolini construiu cobrem mais de 2 mil metros quadrados e incluem uma câmara anti-gás com passagens de ar e chuveiros de descontaminação, protegidas por um conjunto duplo de portas herméticas.
O ditador decidiu construir ainda um terceiro bunker, mas, quando foi preso, em 1943, estava ainda inacabado. Essa estrutura foi construída com 6,5 metros de profundidade e estava protegida por quatro metros de betão armado. O Departamento da Cultura disse que, se tivesse sido concluída, teria sido o abrigo mais resistente em Itália, dedicado a uma única família.
«Com a queda do fascismo nunca foi totalmente preenchido, por isso hoje podemos vê-lo tal e qual como foi deixado na sequência da prisão de Mussolini», disse Placidi.
O bunker na adega convertida será aberto ao público pela primeira vez a 31 de outubro. Dois outros abrigos, que abriram ao público em 2006 e tiveram que fechar devido a problemas ambientais, devem reabrir na mesma data.
Mussolini governou Itália de 1922 até 1943, entrou na Segunda Guerra Mundial ao lado de Adolf Hitler e promulgou leis raciais sob as quais milhares de judeus foram perseguidos. O líder italiano foi morto enquanto fugia das forças aliadas, em abril de 1945, e o corpo foi pendurado pelos pés numa exibição pública em Milão.