Ataques em Moçambique: dois jornalistas continuam desaparecidos - TVI

Ataques em Moçambique: dois jornalistas continuam desaparecidos

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  • 16 nov 2020, 08:17
Forças armadas de Moçambique

Profissionais fugiram há cerca de duas semanas com a família para zonas de mato, sem comunicação e sem meios de sobrevivência

Dois dos nove jornalistas de uma rádio comunitária de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, continuam desaparecidos, depois de há duas semanas terem fugido com a família para as matas, anunciou hoje uma associação de direitos humanos.

Até ontem [domingo], dois continuavam nas matas, sem comunicação e sem meios de sobrevivência", de acordo com um comunicado da Rede Moçambicana de Defensores dos Direitos Humanos.

A fuga aconteceu na sequência de um ataque no dia 31 de outubro, em que atacantes invadiram as instalações da Rádio Comunitária São Francisco de Assis, que funciona numa igreja em Muambula, distrito de Muidumbe.

O ambiente de insegurança que se vive em quase todo o distrito de Muidumbe está a dificultar a deslocação dos jornalistas e as suas famílias para os distritos relativamente seguros, como Mueda e Montepuez", acrescentou.

Por outro lado, a rede sublinhou que o ataque à rádio "representa um revés no exercício do direito à liberdade de imprensa e do direito à informação".

A Rede Moçambicana de Defensores dos Direitos Humanos manifesta a sua solidariedade para com os jornalistas da Rádio Comunitária São Francisco de Assis e espera que todos consigam sair das matas com segurança e saúde", sublinhou.

A organização disse estar disponível para "prestar apoio aos jornalistas e outros defensores dos direitos humanos vítimas da insurgência armada em Cabo Delgado" e apelou ao Governo para um reforço de medidas de segurança e proteção da população.

Na sexta-feira, a Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) classificou como "crítica" e "muito instável" a situação no distrito de Muidumbe, de onde emergiram há semana e meia relatos de assassínios que incluem decapitações.

A violência armada está a provocar uma crise humanitária com cerca de duas mil mortes e 435 mil pessoas deslocadas para províncias vizinhas, sem habitação, nem alimentos suficientes, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

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