Egipto: Governo corta sinal à Al-Jazeera - TVI

Egipto: Governo corta sinal à Al-Jazeera

Estação de televisão está a transmitir por satélites alternativos. Já morreram mais de 100 pessoas desde que começou o conflito

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Artigo actualizado às 12h35

A noite voltou a ser de violência na cidade do Cairo. A população não cumpriu o recolher obrigatório e, mais uma vez, pilhagens e incêndios espalharam-se pelas ruas. Desde o início do conflito, na passada terça-feira, já morreram mais de 100 pessoas. O número de vítimas mortais foi avançado por fontes da segurança e médicas.

A manhã acordou mais calma, com forte presença militar nas ruas, mas a onda de contestação contra o regime do Presidente egípcio, Hosni Mubarak, parece não ter fim e o dia já começou com mais protestos.

Segundo várias agências, o governo anunciou que vai impedir as emissões da televisão árabe Al-Jazeera.

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O ministro cessante da Informação ordenou a interdição do canal satélite Al-Jazeera. Anas el-Fekki «decidiu que o serviço de informação do Estado devia encerrar e anular as actividades do canal Al-Jazeera na República árabe do Egito, anular todas as autorizações e retirar todas as carteiras profissionais dos jornalistas a partir de hoje», escreve a agência de notícias Mena.

Aliás, o satélite egípcio Nilesat, controlado pelo Governo do Egipto, deixou de transmitir o sinal da Al-Jazeera, disse fonte do canal sedeado no Qatar à France Presse.

Porém, a Al-Jazeera, também transmite em outros satélites Arabsat, tendo já anunciado uma nova frequência para que os telespectadores consigam ver a emissão.

O presidente egípcio, Hosni Mubarak, visitou este domingo o centro de operações do exército, segundo o canal de televisão estatal. «O presidente Mubarak está de visita ao centro de operações militares para acompanhar o controlo da segurança», indica a televisão egípcia.

A polícia e o exército foram colocados em pontos estratégicos da capital, nomeadamente na Praça da Libertação (Tahir), na tentativa de retirar os milhares de manifestantes das ruas do Cairo.

Milhares de presos evadiram-se

Entretanto, foi noticiado que milhares de presos evadiram-se da cadeia de Wadi Natroun, a 100 quilómetros do Cairo, segundo fonte dos serviços de segurança, citada pela AFP.

Um grande número de islamistas detidos há muitos anos, bem como presos de delito comum, evadiram-se durante a noite de um motim durante o qual desarmaram os guardas prisionais, segundo a mesma fonte.

Antes, centenas de presos também tinham fugido da prisão egípcia de Al Fayum, depois de matarem o director do estabelecimento prisional, noticiou o canal Al-Jazeera.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Azerbaijão anunciou, entretanto, que um funcionário diplomático da Embaixada azeri no Egito foi morto a tiro no Cairo.

«O funcionário da embaixada, Nidjat Godjaev, morreu no sábado devido a ferimentos provocados por tiros. O seu cadáver chegará ao Azerbaijão nos próximos dias», declarou um porta-voz da diplomacia, citado pela agência Interfax-Azerbaijão.

Apelo à «não violência»

O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, apelou novamente este domingo, em Adis-Abeba, à «moderação», à «não violência» e ao «respeito pelos direitos humanos» no Egito.

«Precisamos de ouvir atentamente e com mais cuidado a voz do povo, as suas aspirações, os desafios e esperanças para um futuro melhor», disse Ban Ki-moon que se encontra na capital etíope para participar na 16.ª cimeira da União Africana.

Hamas fecha Rafah

Entretanto, o Movimento Hamas, no poder na Faixa de Gaza, anunciou o encerramento do terminal de Rafah, na fronteira com o Egito, supostamente por os funcionários egípcios terem abandonado os seus postos.
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