Última actualização às 17:46
O presidente egípcio, Hosni Mubarak, deu ordens aos militares para se juntarem à polícia para tentar travar os manifestantes, que continuam nas ruas do país, apesar do recolher obrigatório imposto a todo o país. Milhares de pessoas continuam no centro das principais cidades a contestar o actual regime. A sede do partido do poder no Cairo foi incendiada. Há
registo de vários mortos
e mais de 400 feridos. Em Suez o exército terá disparado contra manifestantes. O chefe de Estado anunciou que irá fazer uma comunicação a qualquer momento.
Jornalistas atacados pela polícia
Fontes dos serviços de segurança egípcios, citadas pela agência EFE, disseram que três manifestantes morreram na capital, quando participavam nos protestos na praça Tahir. A cadeia televisiva Al Jazeera noticia que que Ayman Nour, opositor de Hosni Mubarak nas presidenciais de 2005, terá ficado ferido nestes incidentes.
A agência Reuters noticia, citado fontes médicas, que há pelo menos 410 feridos no Cairo, alguns atingidos a tiro. De acordo com esta agência noticiosa, pelo menos um manifestante foi morto em Suez, na sequência de confrontos com a polícia.
Sem Internet nem telemóveis
Os milhares de manifestantes saíram às ruas depois das orações de sexta-feira. A larga difusão e apelo aos protestos através das redes sociais levou a uma apertada censura e ao corte da Internet e das comunicações móveis.
O exército foi colocado nas ruas, com tanques, para auxiliar a polícia. Ao final da tarde foi decretado um recolher obrigatório no Cairo, Alexandria e Suez, em vigor entre as 18:00 e as 7:00. Esta medida foi posteriormente alargada a todo o país.
Apesar destas imposições, pouco depois do recolher obrigatório ter entrado em vigor, a sede do Partido Democrático Nacional (PDN), a que pertence Hosni Mubarak, foi incendiada. Testemunhas citadas pela agência Reuters dão conta que o mesmo aconteceu em outros pontos do país com edifícios do PDN.
Na capital há ainda informações que dão conta de tiroteios no centro da cidade, perto do Parlamento.
A Reuters dá conta que em Suez dezenas de manifestantes subiram para cima de tanques. Testemunhas afirmam que os militares terão disparado contra estas pessoas, embora a agência não tenha podido confirmar estas informações.
ElBaradei em prisão domiciliária
Mohamed ElBaradei, prémio Nobel da paz de 2005 e opositor do regime de Mubarak, juntou-se aos manifestantes esta manhã. Depois de ter sido retido pela polícia no centro do Cairo, o ex-director da Agência Internacional para a Energia Atómica foi colocado em prisão domiciliária, segundo revelaram fontes da segurança egípcia À CNN.
ElBaradei
regressou ao seu país
esta quinta-feira desde Viena, onde reside, tecendo fortes críticas ao presidente egípcio, dizendo que está na altura de este «se reformar».
O prémio Nobel da Paz disse ainda estar preparado para liderar um governo de transição no país.
Numa declaração feita esta tarde, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que o seu país está
«profundamente preocupado»
com a situação actual no Egipto.
Em Davos, na Suíça, a chanceler alemã, Angela Merkel, avisou que a estabilidade no Egipto não pode ser alcançada à custa da liberdade de expressão e apelou ao fim da violência.
Egipto: sede de partido de Mubarak em chamas
- Redação
- HB
- 28 jan 2011, 16:37
Manifestantes continuam nas ruas, apesar do recolher obrigatório, agora alargado a todo o país, e do reforço das forças de segurança com militares e tanques. Em Suez exército terá aberto fogo
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