Mais mortos no segundo dia da batalha da Praça Tahrir - TVI

Mais mortos no segundo dia da batalha da Praça Tahrir

- Número oficial de vítimas: 13 mortos e 1200 feridos
- Vice-presidente diz que iniciou diálogo com partidos
- Exército interpõe-se pela primeira vez entre dois grupos rivais
- Primeiro-ministro pede desculpa e promete investigação
- ONU diz que transição de regime deve acontecer «agora»

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Última actualização às 17:33

A televisão estatal egípcia disse que o recém-nomeado vice-presidente do país, Omar Suleiman, entrou em conversações com partidos políticos e com as forças de segurança para colocar fim à violência que tomou conta do país após dez dias de protestos. Contudo, a oposição continua a pedir a saída imediata do presidente Hosni Mubarak. O centro do Cairo continua a ser palco de uma violenta batalha ( vídeo ) entre os opositores e os defensores do actual chefe de Estado, com notícias que dão conta de mais mortos e feridos. O primeiro-ministro apresentou um pedido de desculpas pelos incidentes, já lamentados pelo secretário-geral da ONU, que diz que a transição de regime deve ser feita «agora» .

( Ouça o relato dos acontecimentos feito por Miguel Cabral de Melo, enviado da TVI ao Cairo )

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Depois de uma quarta-feira marcada por intensos confrontos entre os dois grupos na Praça Tahrir, as agências noticiosas dão conta que os partidários de Mubarak dispararam esta quinta-feira sobre os manifestantes e continuam a regressar ao local armados com paus e facas.

O ministério da Saúde disse que o número de vítimas da violência que irrompeu no centro da capital esta quarta-feira subiu para 13 mortos e 1200 feridos, quase todos atingidos por pedras e golpes infligidos por barras de metal.

A Al Jazeera dava conta ao início da tarde que fontes médicas contaram sete mortos só esta quinta-feira, na sequência dos disparos por parte de apoiantes do presidente. A Reuters falava em 10 vítimas mortais ao final da tarde.

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O exército, que ontem se manteve quase sempre numa postura de contenção, sem se interpor entre as partes em confronto, criou hoje uma zona de contenção de 80 metros, para separar os dois grupos rivais.

O vice-presidente do país, Omar Suleiman, disse ter entrado em conversações com grupos políticos não especificados e com as autoridades esta quinta-feira com o objectivo de acabar com a violência. O primeiro-ministro, Ahmed Shafiq, também apelou ao diálogo.

Contudo, tanto Mohamed ElBaradei, rosto da oposição moderada, como a Irmandade Muçulmana (uma formação política banida pelo regime, mas de alguma forma tolerada), defendem que só depois da saída do poder de Mubarak e com o fim da violência, que dizem instigada pelo presidente, haverá condições para negociações.

A Irmandade Muçulmana apelou esta quinta-feira à formação de um governo de unidade nacional para substituir Hosni Mubarak, que se recusa a abandonar o poder antes das próximas presidenciais, que se realizam em Setembro.



Muitos dos manifestantes, que pedem a democratização do país, garantem que só deixarão a praça quando Mubarak deixar a presidência e acusam o regime do presidente de estar por detrás da violência que estalou ontem.

O governo nega ter instigado qualquer tipo de violência sobre os manifestantes, que se têm queixado também da pouca protecção que receberam do exército. Mas um alto funcionário dos EUA, citado pela Reuters, disse esta quarta-feira, sob anonimato, que estes incidentes foram provocados por «alguém leal a Mubarak», com o objectivo de «intimidar os manifestantes».
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