Dono de clínica de fertilidade será o pai de 11 filhos de pacientes - TVI

Dono de clínica de fertilidade será o pai de 11 filhos de pacientes

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Ação coletiva contra o médico já deu entrada em Tribunal

Um antigo médico que dirigia uma clínica de fertilidade no Canadá está a ser acusado de ser pai de 11 crianças.

Uma ação judicial deu entrada no Tribunal, por intermédio de uma empresa de advogados, após 11 casais que recorreram aos tratamentos na clínica terem conseguido provas de que o Dr. Norman Barwin tinha usado o esperma dele para engravidar as mulheres.

"Agora estamos cientes de que 11 indivíduos cujos pais foram ao Dr. Barwin para assistência para fertilidade e a investigação de ADN revela que ele é o pai biológico", pode ler-se em comunicado.

Nestes casos, ocorridos entre 1970 e 2000, o esperma a utilizar no processo devia ser o do cliente, mas a análise concluiu algo diferente: "Em vez disso, o próprio Dr. Barwin é o pai biológico".

Um dos advogados do caso, Peter Cronyn, revelou também a surpresa com o desenrolar da investigação, já que apenas pensavam encontrar quatro casos e não 11. 

O caso de Daniel e Davina Dixon

Um dos casos que está no processo e que foi um dos que deu origem à investigação é o do casal Dixon, Daniel e Davina.

Os Dixons procuraram os serviços do médico em 1989 para ajudar Davina a engravidar e, segundo o processo, o médico recolheu uma amostra do esperma de Daniel, que o casal acreditava que seria usado para o tratamento de fertilização. O casal conseguiu ter uma bebé, Rebecca, e nunca desconfiou de nada.

Apenas em 2017 surgiu a suspeita quando Davina viu um post no Facebook sobre como seria pouco usual dois indivíduos de olhos azuis terem um filho com olhos castanhos.

"Ela ficou preocupada porque ela e Daniel têm olhos azuis e Rebecca, castanhos", acrescenta o processo.

Após isso realizaram um teste de ADN, que confirmou que Daniel não era o pai de Rebecca. A partir daqui começou uma investigação para perceber o que aconteceu e entre pesquisas sobre a clínica descobriram que o Dr. Norman Barwin, em 2013, já tinha sido condenado por fazer inseminação artificial em três pacientes com o esperma errado na clínica em Ottawa.

Para além disso perceberam que a filha tinha grandes semelhanças físicas com o Dr. Norman Barwin.

A procura por respostas aumentou e Rebecca acabou por descobrir Kathryn, filha de um outro casal a quem tinha acontecido o mesmo. Rebecca e Kathryn fizeram um segundo exame de ADN, que confirmou que elas eram meias-irmãs.

O processo continuou, aumentaram as vítimas deste crime e agora avança uma ação coletiva contra o Dr. Norman Barwin.

Mais crimes do Dr. Norman Barwin

Para além destes 11 casos, há mais crimes no currículo de Dr. Norman Barwin.

Pelo menos 16 crianças não são filhas dos homens que acreditavam serem seus pais, de acordo com a declaração do escritório de advocacia. Nesses casos, o doador de esperma é desconhecido, em vez de ser esperma do Dr. Norman Barwin.

E ainda outras 35 crianças podem não ter sido concebidas usando o esperma do dador anónimo escolhido pelas mães, sendo que as identidades são também desconhecidas.

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