Fundana e a Construyendo Futuros, as duas instituições por detrás da campanha, explicam que as táticas de choque são necessárias para controlar a gravidez na adolescência na Venezuela, sendo uma das taxas mais altas da América do Sul, representando 23% dos nascimentos no país. Em média, há uma menor de 18 anos a engravidar de três em três minutos, informa a agência Reuters.
Uns consideram a campanha grotescas, outros compreendem-na.
«Penso que é horrível. Se eu fosse mãe, não queria que as minhas crianças vissem isto», disse uma estudante de 18 anos, Kelly Hernandez, à agência de notícias.
«Sim, é perturbador vê-lo numa montra. Mas é verdade. Vêem-se raparigas grávidas a toda a hora nas ruas. Então isto obriga-nos a pensar no problema, não obriga?», afirmou a amiga, Auriselvia Torrealba, de 20 anos.
As instituições estão satisfeitas com a polémica e a publicidade que estão a ter. «Isto é um assunto tabu na Venezuela, queremos que as pessoas falem», afirmou Thalma Cohen, presidente da Construyendo Futuros.
Foi também gravado um vídeo de alerta, que mostra as caras incrédulas e consternadas de quem passa pela vitrina. A mensagem baseia-se em algumas frases-chave: «Uma delas pode ser tua filha!», «fala com os teus filhos» e «dá-lhes um futuro».
A montra ficará exposta durante um mês e depois poderá mudar-se para outros centros comerciais do país de 30 milhões de pessoas.