O Presidente norte-americano, Donald Trump, renovou, esta quarta-feira, as críticas ao México, que acusa de não deter as caravanas de migrantes a caminho dos Estados Unidos, a uma semana de eleições legislativas intercalares precedidas por debates sobre a imigração.
As caravanas são compostas por pessoas e combatentes ferozes", escreveu Trump no Twitter.
Duas caravanas com cerca de 6 000 pessoas procedentes da América Central estão agora no sul do México e dirigem-se para a fronteira norte-americana, onde tencionam pedir asilo.
Na segunda-feira, centenas de elementos desta marcha, que fugiram à miséria e à violência nos respetivos países, atiraram-se ao rio Suchiate, em Tucún Umán, na fronteira da Guatemala com o México, para contornar as barreiras da polícia mexicana.
The Caravans are made up of some very tough fighters and people. Fought back hard and viciously against Mexico at Northern Border before breaking through. Mexican soldiers hurt, were unable, or unwilling to stop Caravan. Should stop them before they reach our Border, but won’t!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) October 31, 2018
Nós NÃO vamos deixar passar essas caravanas, que são também compostas por bandidos muito maus e membros de gangues. A nossa fronteira é sagrada, eles têm que entrar legalmente. DEEM MEIA-VOLTA!", escreveu Donald Trump.
Dizendo temer uma "invasão" dos Estados Unidos por esses migrantes, Trump anunciou o destacamento de mais de 5 200 soldados para a fronteira com o México, que se juntarão aos cerca de 2 100 membros da Guarda Nacional já mobilizados.
Eles reagiram de forma dura e brutal ao México na fronteira norte, antes de entrarem. Os soldados mexicanos feridos não conseguiram, ou não quiseram, deter a caravana. Devem detê-los antes que cheguem à nossa fronteira, mas não estão a fazê-lo!", criticou o Presidente norte-americano.
Donald Trump colocou a imigração no centro da campanha eleitoral, para voltar a captar o seu eleitorado antes do escrutínio de 6 de novembro.
Na terça-feira, anunciou que quer acabar com o "direito de solo", consagrado na Constituição dos Estados Unidos, para impedir que crianças nascidas no país, filhas de imigrantes ilegais, possam automaticamente ter a nacionalidade norte-americana.
A alteração, por decreto presidencial, desse princípio inscrito na Constituição debater-se-á, contudo, com grandes obstáculos jurídicos, segundo muitos especialistas.