Escultura de Bansky critica escândalos sexuais na Igreja - TVI

Escultura de Bansky critica escândalos sexuais na Igreja

Conhecido artista de rua britânico expõe «Cardinal Sin» na Walker Art Gallery, em Liverpool

O busto de um padre com a cara escondida atrás de azulejos. É esta a nova escultura do popular artista de rua britânico Bansky, conhecido em todo o Mundo pelos seus grafitis satíricos e humorísticos. Em vésperas do Natal, decidiu utilizar a sua arte para criticar os escândalos de abusos sexuais na Igreja Católica. A obra chama-se «Cardinal Sin».

A escultura foi dada a conhecer esta quarta-feira na Walker Art Gallery, em Liverpool, onde está exposta na sala de arte religiosa do século XVII, ao lado de obras de Van Dyck ou de Poussin, de acordo com o «The Independent».

É de facto a réplica de um busto desta época em pedra. Mas em vez da cara do busto Basnky colocou azulejos de casa de banho, imitando a técnica de pixelização de imagens utilizada pelos meios de comunicação social para não identificar as vítimas de crimes sexuais.

O artista, cuja identidade ainda é desconhecida, pretende criticar os escândalos sexuais que envolvem padres e crianças e que, segundo Banksy, têm sido abafados pela Igreja Católica. Transmite a ideia que são os padres, em vez das crianças, a serem protegidos.

Numa declaração do artista dada a conhecer pelo museu Bansky disse que a estátua «pode ser considerada presente de Natal». «Nesta altura do ano é fácil esquecer o verdadeiro significado de cristianismo - as mentiras, a corrupção, o abuso».

O título, «Cardinal Sin», aposta na ambiguidade entre a expressão inglesa usada para os sete «Pecados Capitais» e a tradução literal, «Pecado do Cardeal».

Basky apenas tinha criado trabalhos propositadamente para uma galeria uma vez. Em 2009 preencheu o Bristol Museum and Art Gallery, no Reino Unido, com a exposição «Banksy versus Bristol Museum», que contou com 70 obras inéditas do controverso artista. A exposição esteve aberta ao público durante três meses e foi visitada por mais de 300 mil pessoas.
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