Capitão do "Sea Watch 3" volta hoje a ser ouvida pela justiça italiana - TVI

Capitão do "Sea Watch 3" volta hoje a ser ouvida pela justiça italiana

  • JFP
  • 18 jul 2019, 07:42
Carola Rackete

Carola Rackete é suspeita em Itália de ajuda à imigração ilegal

A capitão do navio humanitário “Sea Watch 3” Carola Rackete, suspeita em Itália de ajuda à imigração ilegal, regressa esta quinta-feira a um tribunal na Sicília para ser ouvida pela justiça italiana.

A par do inquérito por auxílio à imigração ilegal, a jovem capitão alemã, de 31 anos, será também ouvida pela alegada violação do código internacional de navegação marítima.

A audiência no tribunal de Agrigento esteve inicialmente agendada para 09 de julho, mas seria adiada na véspera por causa de uma greve nacional de advogados.

A defesa da ativista decidiu aderir ao protesto nacional, convocado para contestar as políticas adotadas na área da justiça pelo atual Governo de coligação italiano, e a audiência acabou por ser adiada em nove dias.

A capitão do navio humanitário “Sea Watch 3”’, de uma organização não-governamental (ONG) alemã com o mesmo nome, foi detida em finais de junho quando atracou, sem autorização, na ilha italiana de Lampedusa para realizar o desembarque de 40 migrantes resgatados ao largo da Líbia que estavam há mais de duas semanas a bordo da embarcação.

A ativista seria então detida e ouvida pelas autoridades italianas "por resistência ou violência contra um navio de guerra".

Itália, país governado pela coligação Movimento 5 Estrelas (M5S, populista) e Liga (extrema-direita), tem em vigor uma política “de portos fechados” às embarcações das ONG, acusando estas organizações, e os respetivos navios humanitários, de encorajarem a imigração ilegal.

O ministro do Interior e líder do partido Liga, Matteo Salvini, que é o principal rosto desta política, tentou impedir o desembarque dos 40 migrantes a bordo do navio “Sea Watch 3” em território italiano.

A 2 de julho, uma juíza de Agrigento decidiu libertar Carola Rackete, que se encontrava em prisão domiciliária, alegando na altura que a capitão tinha agido com o intuito de salvar vidas.

No dia seguinte, a Procuradoria de Agrigento recusou assinar a ordem de expulsão do país da capitão do navio humanitário “Sea Watch 3”, ordem essa que tinha sido emitida pelas autoridades italianas e que era defendida por Matteo Salvini.

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