Sendo uma história do coração, pode-se até dizer que trocavam cartas, mas nunca se tinham encontrado. Até à véspera do casamento de Jeni, quando Arthur Thomas, o transplantado, levou a rapariga pelo braço até ao altar.
E quando Arthur chegou à igreja, segundo os relatos da imprensa, pegou na mão de Jeni e colocou-a junto ao coração, que antes tinha sido o do pai da noiva. Ficou assim mais que justificado o convite tão especial.
Achei que ele seria a pessoa perfeita, porque tinha uma parte do meu pai dentro dele”, confessou Jeni ao jornal The Washington Post.
Um coração que continuou a bater
O pai da jovem noiva era Michael Stepien. Em 2006, quando regressava do trabalhou foi alvo de uma tentativa de assalto. Foi alvejado e acabou por morrer.
Nesse mesmo ano, ArthurThomas corria risco de vida. Já contabilizava vários momentos em que tinha estado à beira da morte devido a uma insuficiência cardíaca. Sorte a sua, a família do assassinado Stepien autorizou a doação do coração do pai de Jeni.
Desde então, agradecido Arthur trocava cartas com a família Stepien e enviava flores à mulher de Michael todos os verões. Mas nunca tinha tido a oportunidade de se encontrar pessoalmente com Jeni.
Nos últimos 10 anos, vi os meus filhos concluírem o ensino secundário e a faculdade e provavelmente irei vê-los a casar. Nos últimos 10 anos, a família do Michael caminhou sem ele”, sublinhou Arthur, hoje com 72 anos.
Um encontro do coração
Na véspera do casamento de Jeni, Arthur teve então a possibilidade de se encontrar com a filha do seu dador. E foi surpreendido com um convite.
Ela disse: há alguma possibilidade em considerar caminhar comigo até ao altar?", contou Thomas ao The Washington Post,
A resposta foi então mais que afirmativa.
Eu disse-lhe, claro, que havia uma grande possibilidade”, acrescentou.
Jeni casou-se na cidade de Pittsburgh. Na hora do copo de água, fez questão de dançar com o coração do pai, ou seja, com Arthur Thomas.
Este foi, sem dúvida, o melhor dia da minha vida”, escreveu a noiva na sua página do Facebook.
Jeni deixou aí, também, o seu desejo de que este ato simbólico leve muitos norte-americanos a tornarem-se doadores de órgãos.