Barcelona não desiste: milhares na rua em protesto pelo sexto dia - TVI

Barcelona não desiste: milhares na rua em protesto pelo sexto dia

  • HMC atualizada às 23:59
  • 19 out 2019, 17:34

Sexto dia de manifestações independentistas na capital da Catalunha

Mais uma manifestação independentista decorre este sábado em Barcelona

A Arran, uma organização de jovens da esquerda catalã independentista, marcou uma concentração de protesto a partir das 18:00 (17:00 de Lisboa), na Praça de Urquinaona, no centro de Barcelona, para exigir a demissão do conselheiro (ministro regional) Miquel Buch, que acusam de meter a polícia regional (Mossos d’Esquadra) às ordens da Polícia Nacional espanhola.

 

Outras organizações separatistas estão a dar o seu apoio a esta concentração, nomeadamente os CDR (Comités de Defesa da República), que defendem a proclamação da República catalã através da “desobediência civil pacífica e não violenta”, e a ANC (Assembleia Nacional Catalã), uma organização cívica com o objetivo de alcançar a independência política da Catalunha.

Nos dias anteriores também foram convocadas manifestações “pacíficas” no final da tarde que depois de acabarem, no início da noite, foram seguidas por confrontos violentos entre grupos de jovens encapuzados e a polícia.

A Guarda Urbana de Barcelona publicou uma mensagem na rede social Twitter a recomendar aos comerciantes para baixarem as persianas esta tarde, antes do início da concentração.

 

 

Os grupos radicais separatistas têm aumentado o seu grau de violência contra a polícia catalã, transformando nos últimos cinco dias o centro de Barcelona num campo de batalha com várias avenidas cortadas e fogueiras em vários locais.

O presidente do governo catalão enviou uma carta a Pedro Sánchez na tarde deste sábado.

Na carta, Quim Torra repreende Sánchez por responder aos seus pedidos de diálogo "através de uma mensagem no WhatsApp para jornalistas, uma maneira imprópria de responder a um presidente do governo".

Torra avisa ainda: “Não vai dar-me lições sobre condenar e lutar contra a violência, porque eu, como o movimento de independência durante todos estes anos, sempre lutei e sempre condenei toda a violência. Toda”. 

 

 

"Recusar o diálogo neste momento é uma irresponsabilidade que estou convencido de que a comunidade internacional não entenderá de forma alguma", diz o presidente da Generalitat, Quim Torra, afirmando que Sánchez irá encontrar os independentistas “dispostos a conversar sobre o direito legítimo da Catalunha ao exercício do seu direito à autodeterminação”.

A manfestação está concentrada no Tribunal Superior de Justiça. Um homem muito exaltado grita contra os Mossos d'Esquadra: "Filhos da mãe, vocês são contra o estatuto, contra a população, causam muitos danos".

Entre gritos de alento e fúria, ouviram-se insultos à polícia catalã: "os Mossos também são forças de ocupação". "Os Mossos são espanhóis". Porém, o jornal El Mundo reporta que os agentes parecem menos tensos do que nas manifestações anteriores. 

Os Mossos d’Esquadra carregaram contra alguns manifestantes na rua Pau Claris. Foi um confronto entre balas de borracha e pedras arrancadas do chão para serem usadas como munição

 

 

A polícia dispersou rapidamente o cruzamento da Praça Urquinaona e da rua Pau Claris, disparando balas de espuma. Nessa altura, cerca de 50 jovens - quase todos encapuzados - acenderam uma fogueira, separada da maior parte da concentração, que se situava pacificamente do outro lado da praça, na confluência com a Via Laietana.

Os jovens desapareceram rapidamente da rua Sant Pere e registaram-se agressões contra a imprensa local.

A maioria das pessoas concentradas na encruzilhada entre a praça Urquinaona e a Via Laietana continuaram a protestar pacificamente , apesar de ocorrerem brigas a alguns metros de distância.

 

 

Embora parte dos manifestantes tenha partido quando os tumultos começaram, centenas de pessoas continuaram a concentração com proclamações de independência, pedindo a renúncia do ministro do Interior, Miquel Buch, e ao mesmo tempo reprovando as ações dos encapuzados que queimaram um carro e ergueram barricadas.

Os manifestantes que estavam sentados na Via Laietana começaram a saltar e a comemorar o desaparecimento dos radicais e da polícia. 

Entre sorrisos e abraços, ouviram-se vários cânticos e gritos de vitória.

Neste momento, os incêndios foram extintos. 

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