O presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, garante que vai aplicará “o que diz a lei” catalã do referendo, suspensa pelo Tribunal Constitucional, que prevê a declaração da independência. Isto tendo por base os resultados oficiais do referendo de 1 de outubro, que dá conta de que o sim ganhou com 90% dos votos.
A declaração de independência, a que nós não chamamos declaração ‘unilateral’ de independência, está prevista na lei do referendo como aplicação dos resultados. Aplicaremos o que diz a lei”
Garantia da Generalitat no programa 30 minutos, que será transmitido hoje à noite pela estação televisiva autonómica TV3 e cujo conteúdo, gravado nos últimos dias, foi parcialmente divulgado.
O dirigente catalão admitiu também não ter contacto com o Governo central: “Há algum tempo que não temos, porque eles se recusam a falar sobre este tema. Eles queriam que não se falasse deste tema”. Ontem, milhares de pessoas pediram diálogo nas ruas.
Na última sexta-feira, Puigdemont pediu para comparecer no parlamento regional e isso logo suscitou especulações sobre a possível declaração de independência.
O Tribunal Constitucional suspendeu a sessão prevista para esta segunda-feira, mas foi agendada outra para terça-feira. Ontem, o presidente do Governo de Espanha, garantiu que vai impedir que essa declaração de independência produza efeitos.
Numa Espanha dividida, as manifestações pró e contra a independência têm-se repetido na última semana. Hoje, foi a vez de 950 mil pessoas se manifestarem em Barcelona, mas contra a independência da Catalunha e a favor da unidade de Espanha. "Sou catalão, catalão e espanhol" foi uma das frases mais ouvidas.
O Nobel da Literatura Vargas Llosa compareceu na manifestação e chamou "golpistas" aos membros do goveron regional. Não vão converter Espanha num país "terceiromundista", garantiu.
Apesar de só 42% dos catalães terem votado no domingo, e de a divisão ser visível, o presidente da Generalitat não recua e, pelas suas declarações, parece que vai mesmo declarar a separação de Espanha.