O presidente do governo da Catalunha, Carles Puigdemont, deixa de ter qualquer poder no sábado, quando o Senado autorizar a suspensão da autonomia da região, afirmou a vice-presidente do Governo de Espanha.
“O presidente da Generalitat vai deixar de exercer as suas funções, uma vez publicado o acordo”, respondeu Soraya Sáenz de Santamaria à questão sobre o que faria o Governo se Puigdemont recusasse cessar funções, numa entrevista à rádio Onda Cero.
“Deixa de poder tomar decisões válidas, deixa de receber salário”, acrescentou a vice-presidente do executivo.
O parlamento regional catalão deverá reunir-se esta quinta-feira em sessão plenária para discutir a declaração unilateral de independência e responder assim às medidas aprovadas por Madrid para restaurar a legalidade na Catalunha.
O presidente do grupo parlamentar Juntos Pelo Sim (JxSí), que sustenta o Governo regional, Lluís Corominas, citado pela agência Efe, explicou esta segunda-feira que a mesa da assembleia já aceitou para trâmite o pedido de reunião apenas para se discutir esse tema.
O JxSí é uma coligação de partidos independentistas que inclui o Partido Democrático Europeu Catalão (direita), do presidente do Governo catalão, Carles Puigdemont, e a Esquerda Republica da Catalunha (CUP).
No sábado, Carles Puigdemont anunciou que ia convocar o parlamento regional, para debater a aplicação do artigo 155 da Constituição espanhola e a consequente suspensão da autonomia da Catalunha.
Na altura, Puigdemont assegurou que “todas as propostas de diálogo” apresentadas ao governo central de Mariano Rajoy tiveram “a mesma” resposta: “silêncio e repressão”.
Mais tarde, cerca de 450 mil pessoas saíram à rua em Barcelona em defesa da independência da região.