Separatistas catalães admitem participar nas eleições convocadas por Madrid - TVI

Separatistas catalães admitem participar nas eleições convocadas por Madrid

  • AR
  • 29 out 2017, 17:50
Nas ruas da Catalunha, houve festa após o parlamento declarar a independência

Porta-voz da candidatura de Unidade Popular (CUP) diz que a extrema-esquerda separatista não descarta nada e que a decisão final terá de ser dos militantes

A Candidatura de Unidade Popular (CUP), da extrema-esquerda separatista catalã, admite concorrer às eleições regionais marcadas pelo Governo espanhol, manifestando apoio ao executivo catalão demitido por Madrid, que também concorda que os independentistas vão a votos.

Em conferência de imprensa, a porta-voz da CUP, Núria Gibert, afirmou, quando questionada sobre a possibilidade de ir a eleições convocadas em consequência da destituição do governo regional catalão, que a decisão final terá de ser dos seus militantes.

Não descartamos apresentar-nos a 21 de dezembro porque não descartamos nada, e isto têm de ser os militantes a decidir", declarou, indicando que o único mandato que a CUP reconhece é o do referendo conduzido à revelia de Madrid no dia 1 de outubro.

Quanto à autoridade do Estado espanhol, representado pelo chefe do Governo, Mariano Rajoy, e pela sua vice-presidente, Soraya Sáenz de Santamaria, a CUP afirma que não tem “nem rei nem vice-rainha”.

O vice-presidente do Governo demitido, Oriol Junqueras, escreveu numa carta aberta publicada no jornal El Punt-Avui que os separatistas “devem continuar a seguir em frente, sem nunca renunciar às urnas eleitorais”.

O parlamento regional da Catalunha aprovou na sexta-feira a independência da região, numa votação sem a presença da oposição, que abandonou a assembleia regional e deixou bandeiras espanholas nos lugares que ocupavam.

Ao mesmo tempo, em Madrid, o Senado espanhol deu autorização ao Governo para aplicar o artigo 155 da Constituição para restituir a legalidade na região autónoma.

O executivo de Mariano Rajoy, do Partido Popular (direita), apoiado pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, anunciou ao fim do dia a dissolução do parlamento regional, a realização de eleições em 21 de dezembro próximo e a destituição de todo o Governo catalão, entre outras medidas.

Em resposta, no sábado, o presidente do governo regional destituído, Carles Puigdemont, disse não aceitar o seu afastamento e pediu aos catalães para fazerem uma “oposição democrática”, numa declaração oficial gravada previamente e transmitida em direto pelas televisões ao lado das bandeiras da Catalunha e da União Europeia, assumindo-se como líder de um país independente que pertence ao clube europeu.

De acordo com a primeira sondagem publicada este domingo no jornal El Mundo, os partidos independentistas atuais não vão conseguir ter a maioria necessária para formar governo na Catalunha nas próximas eleições regionais, marcadas para 21 de dezembro.

A partir de agora, cada ministério governamental de Madrid irá dirigir os correspondentes serviços regionais, tendo o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, delegado na sua vice-presidente, Soraya Sáenz de Santamaria, as funções e competências do presidente do governo da Catalunha cessante.

 

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