Japão pode deitar água radioativa de Fukushima para o Oceano Pacífico - TVI

Japão pode deitar água radioativa de Fukushima para o Oceano Pacífico

  • António Guimarães
  • 10 set 2019, 13:18
Central  nuclear de Fukushima

A confirmação veio do ministério do Ambiente japonês, que anunciou que os reservatórios se esgotam em 2022

O ministério do Ambiente do Japão anunciou, esta terça-feira, que os reservatórios de água da central nuclear de Fukushima se vão esgotar em 2022. Sem outras opções de destino para a água, que foi contaminada na sequência do tsunami ocorrido em 2011, o governo japonês poderá ter de drenar o líquido para o Oceano Pacífico.

A informação é avançada pelo The Guardian, que reproduziu declarações do ministro do Ambiente japonês, Yoshiaki Harada, para quem "a única opção é drenar [a água] para o mar e depois diluí-la". O responsável admite que a opção ainda terá de ser aprovada pelo governo.

A situação da antiga central nuclear de Fukushima tem sido adiada, desde que, em março de 2011, um terramoto de magnitude 8.7 na escala de Richter causou um tsunami na zona, provocando uma falha na central e derretendo três dos seis reatores nucleares existentes.

Agora, os reservatórios de água começam a ficar lotados (ficam cheios em 2022), e não parece haver uma solução ideal para o problema. A empresa distribuidora de energia, Tokyo Electric Power, já tentou remover os núcleos, mas não existe tecnologia que permita retirar os átomos radioativos da água.

O governo japonês vai ouvir um conjunto de especialistas sobre poluição, que vão analisar quais os efeitos que poderão surgir do derrame tóxico. Outras opções incluem vaporizar o líquido ou armazená-lo em terra por um longo período, o que pode levar a uma degradação do ar ou à contaminação dos solos.

A decisão de drenar a água contaminada para o Oceano Pacífico pode colocar em risco a indústria piscatória das aldeias envolventes. A vizinha Coreia do Sul já emitiu preocupação com as consequências que este despejo pode ter na pesca do marisco.

Neste momento, cerca de mil tanques armazenam mais de mil toneladas de água contaminada.

Recorde-se que, já este ano, começaram a ser retiradas barras de combustível nuclear de um dos reatores de Fukushima, mas, sabe-se agora, o processo pode não ser suficiente.

Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE