Charb foi um dos 10 jornalistas mortos esta quarta-feira no ataque terrorista de que a publicação foi alvo, em Paris, e que vitimou também dois polícias, deixando ainda vária pessoas feridas. O seu nome consta na «Wanted Dead or Alive for Crimes Against Islam», isto é, a lista dos procurados mortos ou vivos por crimes contra o Islão, feita há mais de um ano.
O diretor e cartoonista chegou a viver sob proteção policial, segundo faz notar também o britânico «The Telegraph». Mas isso nunca o demoveu de publicar as caricaturas que considerava oportunas, mesmo que continuassem a causar indignação no mundo muçulmano. Em 2012, explicou porquê, defendendo que o único limite da sua publicação era a lei francesa, que respeitava, e reforçando que tinha o direito de gozar de liberdade de expressão.
Entendeu, sempre, que mais do que provocação, as suas caricaturas eram, sim, um sinal de que a liberdade de expressão estava viva e bem viva em França.
O seu advogado, Richard Malka, contou entretanto que a redação estava «sob proteção policial desde o caso das caricaturas de Maomé [quando fez uma edição especial no início de 2013] até hoje», cita também o «The Telegraph».
«As ameaças eram constantes. É assustador»
Apesar disso, segundo um dos colegas, citado pelo mesmo jornal britânico, o diretor do «Charlie Hebdo» estava já mais relaxado em relação às ameaças. Não mostrava estar sempre preocupado. Lutou pela liberdade de expressão até ao fim.