Foi em 2001. Tsipras estava no meio de um grupo com cerca de 1.000 'radicais' gregos que tiveram como objetivo perturbar a reunião do GO, em Génova, que ia decorrer.
Tinha, então, 26 anos. Não só vê camaradas seus serem retirados à força pela polícia, como ele próprio acabou por ser um alvo.
Tasos Koronakis, que atualmente é secretário-geral da Syriza, chegou a dizer que as raízes do partido foram semeadas naquele dia. O agora primeiro-ministro grego estava a seu lado: "Alexis levou algum cassetete", recorda.
Tsipras estava entre os 135 alegados cabecilhas do movimento ligados à esquerda radical, que queriam bloquear a partida do ferry com a cúpula do G8.
Um dos manifestantes, com 23 anos, foi morto a tiro quando tentava atacar a polícia com um extintor de incêndio. Um episódio que fez explodir os ânimos naquele dia.
Houve centenas de detenções e feridos entre os civis. Nesses confrontos, que mobilizaram, no total, cerca de 100 mil manifestantes, três políticas também ficaram feridos.
Alexis Tsipras tornou-se o rosto do cansaço da austeridade e conquistou sobretudo o voto dos mais jovens, preocupados com os cortes na saúde e na educação, nos salários e nas pensões, e no aumento do desemprego e das falências. A geração que viu os partidos tradicionais falharem acredita que, afinal, há alternativa.
O "braço de ferro" com a União Europeia e FMI tem complicado a vida - e a governação - ao governo Syriza, desde que ganhou as eleições no final de janeiro deste ano. Estamos no final de junho e, esta semana, finalmente, parece haver uma luz ao fundo do túnel.