Ativista que investigava fábrica que produz sapatos de Ivanka Trump foi detido - TVI

Ativista que investigava fábrica que produz sapatos de Ivanka Trump foi detido

  • 31 mai 2017, 12:52
Ivanka Trump

Trabalhava infiltrado com dois colegas de uma organização de defesa dos direitos humanos. Paradeiro dos outros ativistas é desconhecido

Hua Haifeng foi detido pela polícia sob suspeita de espionagem. O ativista da China Labor Watch, uma organização sem fins lucrativos de defesa dos direitos humanos, estava a trabalhar infiltrado em duas fábricas chinesas que produzem sapatos para Ivanka Trump, filha do presidente norte-americano, e outras marcas internacionais, juntamente com dois colegas.

Deng Guimian, mulher de Hua Haifeng, confirmou terça-feira que este tinha sido detido pelas autoridades. Segundo o New York Times, que cita a organização China Labor Watch, os três ativistas estão desaparecidos no sábado passado. E, até ao momento, apenas se sabe que um está sob custódia policial.

Os ativistas trabalhavam infiltrados para investigarem as condições de trabalho nas duas fábricas: uma situada em Ganzhou e outra em Dongguan. Segundo as descobertas preliminares dos três homens, ainda não divulgadas oficialmente, os funcionários das instalações fabris eram sujeitos a longas horas de trabalho.

Terça-feira, Deng Guimian recebeu uma chamada telefónica da polícia para ser oficialmente notificada da detenção do marido e das suspeitas que recaiam sobre este. Mas, Hua Haifeng, pode ficar vários dias, ou até semanas, detido sem acusação formal.

Ainda segundo o jornal New York Times, Li Qiang, diretor da China Labor Watch, garante que nenhum dos seus funcionários teria equipamento ilegal de espionagem. Acredita, por isso, que tenham sido detidos por posse de telemóveis. “A polícia só está à procura de uma desculpa”, concluiu.

A marca Ivanka Trump não quis comentar a detenção e o desaparecimento dos ativistas, tal como a Casa Branca

No entanto, o porta-voz da Marc Fisher Footwear que tem a licença da marca de Ivanka para os sapatos manufaturados na China, pela Huajian International, assumiu “desconhecer as alegações” contra o fabricante e garantiu que ia investigar a questão.

Esta organização chinesa, criada há 17 anos, dedica-se a investigar e divulgar relatórios sobre as condições de trabalho no país. Entre as denúncias já divulgadas encontram-se, por exemplo, as instalações fabris que produzem para a Apple e Samsung.

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