Cerca de um milhão de pessoas na China tomaram doses experimentais da vacina do novo coronavírus desenvolvida pela Sinopharm, avançou a farmacêutica estatal chinesa esta quarta-feira.
As vacinas foram distribuídas através do programa nacional de emergência, anunciado em junho, e direcionadas para trabalhadores essenciais e grupos limitados de pessoas, ainda que o fármaco permaneça em fase de ensaios clínicos e ainda não demonstre provas de segurança e eficácia total.
Num artigo na rede social chinesa, WeChat, a farmacêutica adianta que não foram registados efeitos secundários graves.
Duas vacinas desenvolvidas pela subsidiária da Sinopharm, a China National Biotec Group (CNBG) e uma terceira desenvolvida pela Sinovac Biotec, foram usadas no programa de emergência. A empresa estatal não confirmou, porém, a que vacina se referiu quando reiterou a ausência de efeitos adversos.
As vacinas da Sinopharm, que usam vírus inativados - e incapazes de se replicar em células humanas - para desencadear respostas imunológicas, requerem duas doses, segundo informações registadas nos ensaios clínicos.
Estes fármacos experimentais estão na fase 3 dos ensaios clínicos e contam com cerca de 60 mil voluntários. Entre eles, construtores civis, diplomatas e estudantes que saíram da China após tomarem a vacina da Sinopharm e que, afirma a farmacêutica, não registaram infeções por covid-19.
No entanto, especialistas e observadores internacionais, afirmam que é necessária cautela ao olhar para os dados do programa de emergência chinês, reiterando que, sem resultados comparáveis de um grupo de controlo padrão, não é possível determinar a eficácia da possível vacina.