Hong Kong: eleições deste domingo sob tensão máxima - TVI

Hong Kong: eleições deste domingo sob tensão máxima

  • HCL
  • 23 nov 2019, 10:37

Escrutínio geralmente passa despercebido, mas que este ano ganhou renovada importância no contexto do movimento pró-democracia

Os cidadãos de Hong Kong vão às urnas este domingo eleger representantes distritais, em eleições que se esperam sob forte aparato policial com o valor de um 'referendo', numa cidade dividida após cinco meses de protestos.

Cerca de quatro milhões de eleitores, mais de metade da população, são chamados a votar nos mais de 400 membros do conselho distrital, num escrutínio que geralmente passa despercebido, mas que este ano ganhou renovada importância no contexto do movimento pró-democracia.

Nas últimas eleições, em 2015, o campo pró-Pequim obteve 298 dos 431 assentos, enquanto o campo pró-democracia obteve 126 e os independentes sete.

Este ano, apesar do proeminente ativista Joshua Wong ter sido impedido de concorrer, uma decisão que o próprio descreveu como "censura política", não faltam candidatos do campo pró-democracia.

Citado pelo jornal South China Morning Post, Ma Ngok, professor de política da Universidade Chinesa de Hong Kong, afirmou que os protestos politizaram o sentimento dos eleitores.

Hong Kong está dividida entre aqueles que apoiam os manifestantes pró-democracia e os apoiantes da polícia que tendem a apoiar os políticos pró-Pequim.

As semanas que antecederam as eleições de domingo foram marcadas por episódios violentos que levantaram dúvidas sobre se estas iriam ou não avançar, sobretudo após o cerco policial à Universidade Politécnica.

Já com um prometido reforço policial, as eleições de domingo serão as primeiras desde que os protestos em massa irromperam na antiga colónia britânica, que vive agora a maior crise social e política desde a transferência de soberania para a China.

As manifestações tiveram início em junho, na sequência de uma controversa proposta de alterações à lei de extradição - já retirada pelo Governo local - mas transformaram-se num movimento que exige a melhoria dos mecanismos democráticos e que se opõe à crescente interferência de Pequim.

Após ter recuperado a soberania do território das mãos britânicas, em 1997, sob a fórmula "um país, dois sistemas", o Governo chinês comprometeu-se a manter a autonomia de Hong Kong e a respeitar até 2047 uma série de liberdades de que os cidadãos da China continental não gozam.

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