Jovem queimada com gasolina revela cicatrizes: "São o meu tesouro" - TVI

Jovem queimada com gasolina revela cicatrizes: "São o meu tesouro"

Zhou Yan rejeitou um colega de escola que a tentou seduzir. O rapaz acabou por atacá-la, provocando-lhe queimaduras de terceiro grau

Uma jovem chinesa, que foi regada com gasolina e incendiada, há seis anos, depois de rejeitar um colega de escola, partilhou este mês, nas redes sociais, uma sessão fotográfica que realizou para mostrar o que lhe aconteceu.

Zhou Yan divulgou as imagens no seu perfil da rede social chinesa Weibo numa publicação onde fala do medo, da insegurança e da coragem que teve de enfrentar ao longo dos anos de recuperação.

Esconder a tua dor não é ser corajoso, mas sim encará-la e mostrá-la com honestidade. As minhas cicatrizes são o meu tesouro, as minhas marcas pessoais e a minha personalidade”, disse Zhou Yan ao MailOnline.

Na mesma entrevista, a jovem confessa que o ataque e as cicatrizes mudaram a forma como as pessoas olham para ela, mas também a forma como a própria se vê.

Algumas pessoas têm nojo. Outras acham que são feias. Mas também há quem pense que são a minha personalidade”, disse.

Desde que sofreu o ataque, em 2011, Zhou Yan esteve três meses em coma na unidade de queimados do hospital de Hefei, a sua cidade natal. Quando recuperou, realizou várias cirurgias plásticas para reduzir o número de marcas e cicatrizes espalhados pelo corpo. O ataque com gasolina causou-lhe queimaduras de terceiro grau no rosto, no pescoço, no peito, nas mãos e nas pernas.

Odeio-as, mas não as odeio. Odeio-as porque são dolorosas e não me permitem mover livremente. A minha vida está restrita ao que as cicatrizes me permitem. Mas por outro lado, elas são testemunhas da minha história, assim como as cicatrizes de um soldado de guerra”, explicou a jovem.

Tao Rukun atacou a jovem em casa, a 17 de setembro de 2011 depois desta o ter rejeitado. Desde essa altura, Zhou Yan tem enfrentado uma longa batalha judicial. A família de Tao Rukun tem ligações às autoridades locais e os médicos minimizaram o ataque no relatório que acompanhou a acusação.

Em maio de 2012, o jovem agressor foi sentenciado a 12 anos e um mês de prisão. A justiça chinesa condenou ainda Tao Rukun ao pagamento de uma indeminização de 1,79 milhões de Yuan, cerca de 237 milhões de euros.

Apesar do valor da indeminização, o advogado de Zhou Yan espera que este possa subir até aos 4,67 milhões de Yuan, cerca de 620 milhões de euros, devido às despesas de saúde que a jovem tem tido desde o ataque.

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