O oftalmologista chinês que tentou alertar outros médicos sobre o novo coronavírus morreu, esta quinta-feira, após contrair a infecção em Wuhan, o epicentro da epidemia.
De acordo com os jornais locais, citados pelo The Guardian, Li Wenliang tinha sido intimado pela polícia quando tentou alertar outras pessoas sobre o vírus, no final de dezembro.
O oftalmologista enviou uma mensagem aos colegas a 30 de dezembro e, dias depois, foi convocado ao Departamento de Segurança Pública para assinar uma declaração na qual estava acusado de fazer "comentários falsos".
A Organização Mundial de Saúde deixou uma nota sobre a morte do médico: "Estamos profundamente tristes com a morte do Dr. Li Wenliang. Todos devemos relembrar o trabalho que fez pelo coronavírus", escreveu a OMS, no Twitter.
We are deeply saddened by the passing of Dr Li Wenliang. We all need to celebrate work that he did on #2019nCoV - @DrMikeRyan
— World Health Organization (WHO) (@WHO) February 6, 2020
Li Wenliang foi uma das oito pessoas investigadas pela polícia por “boatos”.
As autoridades de saúde chinesas elevaram para 563 o número de mortos provocados pelo novo coronavírus, que infetou no total 28.018 pessoas.
Os serviços médicos continuam a manter sob observação 183.354 pessoas, de um total de 282.813 que foram observadas com suspeita de ter contraído o vírus, cujo surto começou na cidade de Wuhan, na província central de Hubei.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira passada uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.