Muçulmanos protestam, mas chineses vão demolir uma mesquita - TVI

Muçulmanos protestam, mas chineses vão demolir uma mesquita

  • LCM com Lusa
  • 10 ago 2018, 07:49
Mês do ramadão

Demolição deverá ocorrer esta sexta-feira

As autoridades no noroeste da China têm previsto para hoje demolir uma mesquita, apesar dos protestos de centenas de chineses da minoria étnica muçulmana Hui, determinados a preservar a estrutura recentemente construída.

Os protestantes reuniram-se na quinta-feira junto à grande mesquita da cidade de Weizhou, na região autónoma Hui Ningxia, sob observação da polícia, informou hoje o jornal de Hong Kong South China Morning Post (SCMP).

Não houve relatos de confrontos e não é claro se a demolição irá avançar hoje, como está previsto.

O SCMP informa que um plano alternativo prevê a retirada de oito das novas cúpulas do complexo, que foi terminado no ano passado, mas nunca obteve licença de construção ou de utilização.

A medida das autoridades surge numa altura em que o Partido Comunista Chinês (PCC), partido único no poder e oficialmente ateísta, está a ser acusado de suprimir a liberdade religiosa e o que considera serem "ideias radicais" entre os mais de 20 milhões de muçulmanos chineses.

Pequim apelou já a que as religiões no país sejam "achinesadas", o que inclui a remoção de símbolos religiosos exteriores e uma mais rigorosa adesão às diretrizes do PCC.

Numa visita a Ningxia, em 2016, o Presidente chinês, Xi Jinping, instou as autoridades locais a "guiarem as religiões para que melhor se adaptem à sociedade socialista".

"Devem ser feitos mais esforços para que as figuras religiosas e os crentes respeitem e obedeçam às leis", acrescentou, apelando aos grupos religiosos para que "interpretem bem a doutrina do Islão".

Na região do Xinjiang, também no noroeste do país, centenas de milhares de membros da minoria étnica muçulmana uigur foram detidos durante meses em campos de reeducação, onde foram forçados a criticar o islão e a sua própria cultura.

No entanto, os Hui são culturalmente mais próximos dos chineses Han, a etnia dominante, de aparência semelhante, e falam um dialeto próximo da língua oficial da República Popular, o mandarim.

No entanto, nos últimos anos, as autoridades têm reforçado o controlo também sobre este grupo, com o encerramento de escolas religiosas e de aulas de árabe, travando a difusão do islão junto da população mais jovem.

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