A Europol anunciou esta quinta-feira que conseguiu desmantelar um gangue informático que terá lesado milhares de pessoas na Europa e nos Estados Unidos. A operação motivou investigações nos Estados Unidos, na Bulgária, Alemanha, Geórgia, Moldávia e Ucrânia.
No comunicado enviado à imprensa, a polícia europeia afirma que este gangue terá roubado 100 milhões de dólares (cerca de 89 milhões de euros), atingindo 41 mil pessoas em todo o mundo.
Os crimes seriam praticados através de um malware (software danoso) intitulado GozNym. O malware funciona como um cavalo de tróia tecnológico, que permite ao seu utilizador aceder a determinados dados. Neste caso, os criminosos conseguiram decifrar o sistema de acesso bancário dos utilizadores, usando-os depois para movimentar dinheiro.
Com algumas investigações ainda em curso, há já dez acusados em Pittsburgh, Estados Unidos. Os suspeitos vão responder contra as seguintes queixas: infetar os computadores das vítimas com o malware GozNym para capturar as suas credenciais de login nos bancos; usar as credenciais de login de forma fraudulenta para ter acesso às contas bancárias; roubar dinheiro das contas das vítimas.
As vítimas pensaram que estavam a clickar numa simples fatura, mas estavam a dar aos piratas informáticos acesso às suas informações mais sensíveis", explicou o procurador da Pensilvânia, Scott Brady.
A polícia adiantou também que cinco membros da organização continuam em fuga, todos eles de nacionalidade russa. Entre os fugitivos estará o homem que desenvolveu o vírus.
Help #FBI & #lawenforcement partners locate 5 Russians, who are #wanted for their alleged roles in a sophisticated computer hacking campaign that used GozNym malware to steal millions from victims in the US, primarily businesses & financial institutions. https://t.co/tzLjWafBQd pic.twitter.com/8cfUSg9uT4
— FBI (@FBI) May 16, 2019
Além das acusações nos Estados Unidos, os detidos enfrentam processos nos restantes países onde decorreram as investigações.
Entre os afetados estarão pequenos comerciantes, firmas de advogados, organizações internacionais e organizações sem fins lucrativos. O FBI está a trabalhar em conjunto com a Europol.
O procurador da Pensilvânia disse que este desmantelamento deita por terra uma “conspiração global”, num “esforço internacional sem precedentes”.
— Europol (@Europol) May 16, 2019