Quase 200 ânforas (vasos romanos) foram descobertas na baía de Alcudia, em Maiorca, numa gruta chamada Fuente Ses Aiguades. Segundo avança o EL País, muitas delas estão partidas e não são possíveis de recuperar.
De acordo com os investigadores, as ânforas poderão ter sido ali deixadas através de um sistema de roldanas e cordas pelos marinheiros dos navios que, desde antes do século II a. C., faziam a rota que unia a Península Itálica à Península Ibérica se fundeavam e ali se abasteciam com água.
Manel Fumás, co-diretor do projeto IASCM (Investigação Arqueológica Subaquática nas Cavernas de Maiorca), afirma que os resultados do laboratório permitirão saber qual a idade exata dos objetos e responder a “perguntas até ao momento sem resposta”.
Os resultados do estudo serão conhecidos ainda este ano e determinarão se a gruta foi utilizada como refúgio, como um santuário médico ou se era apenas um local de abastecimento de água.
"O mistério está no porquê de tantas ânforas. Não é normal. Pode cair uma quando a corda parte, mas não 200 ", diz Manel Fumás.
Alguns investigadores, como Enric Colom, do Instituto Catalão de Arquitetura Clássica, acreditam que o local podia ser um santuário associado à navegação e que as ânforas eram ofertas a algum deus.
A gruta foi descoberta pela equipa científica de Xisco Gràcia há quase 20 anos que conseguiu recuperar 189 ânforas e outros recipientes identificados como pertencentes à época romana republicana e islâmica e dos séculos XVIII e XIX. No mesmo local, foram também encontrados restos de um Myotragus, uma espécie caprina que desapareceu há 5.000 anos.
O projeto IASCM é realizado pela Associação Nacional de Arqueologia Subaquática (Sonars), Submaris, SEB e Explorextrem.