Bruxelas pede libertação imediata de navios ucranianos retidos pela Rússia - TVI

Bruxelas pede libertação imediata de navios ucranianos retidos pela Rússia

  • EC
  • 26 nov 2018, 13:47

Porta-voz da Comissão Europeia abordou a “escalada perigosa” no mar de Azov e qualificou de “inaceitáveis” as decisões da Rússia de encerrar o estreito de Kerch

A porta-voz da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros considerou “inaceitáveis” os desenvolvimentos no mar de Azov e apelou a uma diminuição da escalada da tensão entre a Rússia e a Ucrânia na região.

Na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, Maja Kocijancic abordou a “escalada perigosa” no mar de Azov e qualificou de “inaceitáveis” as decisões da Rússia de encerrar o estreito de Kerch, que une o Mar Negro ao Mar de Azov, ao largo da Crimeia, e de apresar três navios da Armada da Ucrânia (duas lanchas e um rebocador da Marinha de guerra) em águas territoriais russas.

Instamos a Rússia a libertar de imediato os três navios e a sua tripulação e a permitir a assistência médica aos feridos”, declarou a porta-voz comunitária, apelando também ao sentido de responsabilidade das autoridades para diminuir a escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia.

Kocijancic vincou ainda que a União Europeia “não reconhece, nem reconhecerá a anexação ilegal da Península da Crimeia” e que condena a agressão da Rússia relativamente à Ucrânia, e revelou que a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, está em contacto com “vários atores internacionais” desde que a escalada começou.

O Governo português também manifestou “séria preocupação” com os incidentes entre navios russos e ucranianos no estreito de Kerch e reafirmou o seu apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia.

O Governo português manifesta a sua séria preocupação com os graves incidentes ocorridos entre navios russos e ucranianos no estreito de Kerch, que liga o Mar Negro ao Mar de Azov”, indica uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Moscovo ordenou o encerramento do Estreito de Kerch, entretanto já reaberto, depois de ter acusado a Armada da Ucrânia de violação das águas territoriais.

Por sua vez, o Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, assinou hoje um decreto em que declara o estado de exceção em todo o país.

O estado de exceção estará em vigor até 25 de janeiro de 2019, embora possa ser levantado a qualquer momento, segundo explicou o Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia. O decreto presidencial, que não se traduz na mobilização obrigatória de tropas, terá ainda de ser aprovado pelo Rada Suprema, o parlamento da Ucrânia.

O gabinete dos serviços de informações e segurança da Rússia (FSB) na Crimeia informou no domingo que três navios da Armada ucraniana rumavam em direção ao estreito sem terem solicitado autorização.

O facto foi considerado como “provocação” pelas autoridades russas, que sublinharam que a presença dos navios ucranianos na zona podiam desencadear “uma situação de conflito na região”.

Segundo o FSB, além da violação das águas territoriais russas, os navios ucranianos realizaram “manobras perigosas” e negaram-se a obedecer aos pedidos das autoridades de Moscovo, uma acusação já negada por Kiev.

De acordo com os serviços de informações russos, as autoridades de Moscovo “tomaram a decisão de adotar todas as medidas no sentido de garantir a segurança da navegação entre o Mar Negro e o Mar de Azov”.

Mais tarde, o FSB confirmou que os três navios da Armada da Ucrânia (duas lanchas e um rebocador da Marinha de guerra) foram apresados em águas territoriais russas.

O FSB admitiu também que disparou contra os navios ucranianos, tendo ferido “tripulantes”, que não correm “perigo”.

No domingo, a chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, pediu às partes para atenuarem a tensão e apelou à restauração da liberdade de circulação naval na zona.

O escalar da tensão aumentou desde que Moscovo concluiu a construção de uma ponte entre a Península da Crimeia, que foi invadida e anexada pelas forças russas em 2014, e a Rússia.

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